Movimento de partidos resgata debate sobre tempo de TV na eleição de Fortaleza; veja os apoios

Até o momento, o grupo aliado ao governador Elmano de Freitas têm os partidos com mais tempo de propaganda

Legenda: A contagem oficial do tempo de propaganda em rádio e TV dos partidos só será divulgado em agosto do próximo ano
Foto: Fabiane de Paula

O último movimento partidário, que revelou a mudança de lado do PSD no Ceará ao aderir à base do governo Elmano de Freitas (PT), trouxe à tona o debate antecipado sobre as alianças partidárias e o tempo de propaganda em rádio e TV das possíveis coligações que irão disputar a Prefeitura de Fortaleza no próximo ano.

Pelo menos em perspectiva, a aliança governista estadual está formando uma base que deverá conceder ao nome apoiado pelo Palácio Abolição mais da metade do tempo disponível na propaganda eleitoral. Esse cenário antecipado também mobiliza os demais partidos.

O tempo destinado à propaganda eleitoral obrigatória, por muito tempo, foi considerado o principal ativo na formação das coligações partidárias em disputas majoritárias. No entanto, o crescimento das redes sociais diminuiu a relevância das aparições dos candidatos em rádio e televisão.

Para a disputa do próximo ano em Fortaleza, analistas e dirigentes partidários consultados por esta coluna afirmam que esse ativo volta a ter importância em um cenário onde há um prefeito candidato à reeleição e outros nomes que dependem de visibilidade massiva entre os eleitores.

O principal critério de distribuição do tempo é baseado no tamanho das bancadas partidárias eleitas no último pleito para a Câmara dos Deputados. Pelo que se observa atualmente, a chapa governista terá a maior representação de partidos com peso no Congresso Nacional.

A base do governador Elmano inclui, por exemplo, PT, MDB, PP, PSD, PSB e Republicanos. Juntas as legendas devem representar mais da metade do tempo dos blocos de 10 minutos garantidos por lei aos candidatos.

Após os últimos movimentos, nos quais PSD e PSB aderiram ao governo do Estado, o prefeito José Sarto (PDT) teve essas duas perdas em sua base partidária. Atualmente, o grupo é composto por PDT, PSDB e Cidadania (Federação), Avante e Patriota.

Essa composição representa menos de 2 minutos, o que exigirá do prefeito articulações para novas adesões. Vale ressaltar que o momento ainda é inicial, e a movimentação partidária vai crescer no próximo ano.

Filiado ao União Brasil, Capitão Wagner pertence a um partido que conquistou a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados. Esse fato já lhe garante uma fatia maior que dois minutos, mas até o presente momento só conta com o apoio do Solidariedade, insuficiente diante da acirrada disputa que se avizinha.

Caso semelhante ocorre com o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. O partido obteve a maior bancada de deputados federais nas últimas eleições, com 99 eleitos em todo o Brasil. Contudo, para a disputa em Fortaleza, o pré-candidato André Fernandes começa com chapa pura, sem apoios partidários declarados.

Partidos como o Podemos, atualmente sob o comando do prefeito de Aracati, Bismarck Maia, estão contabilizados no apoio ao governo Elmano. Caso ocorram novos acordos, isso pode alterar a correlação de forças entre as coligações.

A divisão partidária, vale lembrar, está longe de ser definitiva, mas oferece um panorama de como os partidos devem se movimentar na busca por apoios para conquistar o voto do fortalezense.