Soa surreal a notícia de um bate-boca entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em uma reunião de governadores com o ministro - da qual Camilo Santana participou - cujo tema central era um plano de vacinação para a Covid-19. O debate áspero só não chama mais atenção porque não é novo. Mas não deixa de surpreender o cidadão comum afetado diretamente pela pandemia e que quer uma solução urgente e planejada para que possamos sair da pandemia o quanto antes. Os impactos são gigantescos: na saúde, na economia pública e privada, na educação e em uma porção de outras áreas. Entretanto, o que estão fazendo as autoridades do País? Brigando pelo protagonismo político. Um desrespeito ao cidadão brasileiro.
Dois lados
A política, aliás, tem contaminado boa parte das discussões a respeito da pandemia. Para pegar o caso da crise da vacina, há dois lados de uma mesma reunião. O governador de São Paulo quer furar a fila de vacinação inclusive com data prevista para 25 de janeiro, o que gerou desconforto entre os governadores. Não parece uma saída razoável pensando em todo o País. Por outro lado, o ministro da Saúde exita em confirmar se o Governo Federal comprará as doses da Coronavac, que está sendo produzida em parceria por um laboratório chinês com o Instituto Butantan, de São Paulo. Uma situação próxima do absurdo.
Caminho do meio
No debate sobre o assunto, o governador Camilo Santana adotou o caminho do meio. Disse que irá buscar a parceria com o Governo Federal sobre outros imunizantes como o AstraZeneca, que a União promete 120 milhões de doses, com início previsto para março, mas que irá buscar outras parceria para tentar antecipar esse prazo. Ele fez apelo ao ministro para que avancem as conversas com o Instituto Butantan sobre a aquisição da vacina com a viabilidade técnica. O momento exige muito diálogo e planejamento.
Pasta estratégica
Por falar no Governo do Estado, Camilo Santana nomeou, ontem, o novo secretário da Casa Civil, a principal pasta do governo, que promove uma articulação com todas as secretarias. O nome do substituto de Élcio Batista, que deixou o cargo e se tornou vice-prefeito de Fortaleza, é Chagas Vieira, jornalista, assessor especial de Comunicação e braço direito do governador. A atuação em praticamente todas as áreas da gestão por conta da estratégia de comunicação o cacifou para o novo desafio. O foco, diz ele, é transitar em todas as áreas para articular políticas públicas no combate à pandemia.