Em recurso ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), o ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) pede a anulação da operação de busca e apreensão promovida pela Polícia Federal em endereço dele em Fortaleza. A defesa do ex-ministro, no entanto, não ataca as quebras de sigilo autorizadas pela Justiça no recurso.
O advogado do ex-ministro no caso, Walber Agra, conversou com este colunista na manhã desta quinta-feira (23) sobre o assunto.
Segundo ele, o foco do recurso é atacar a busca e apreensão. “Em toda a delação (dos executivos da Galvão Engenharia - base da operação autorizada pelo juiz federal Danilo Dias Vasconcelos, da 32ª Vara Federal no Ceará), houve duas menções a Ciro. Nas duas, ele teria disto que se tivesse o menor preço ganharia. Você ter sua casa invadida, em um ato arbitrário, isso lembra um estado policialesco”, critica o defensor.
Para ele, o ex-ministro foi vítima de um “constrangimento ilegal”.
“Tenho 30 anos de advocacia, nunca vi tamanha arbitrariedade. Tanto que o Ministério Público Federal foi contra a operação de busca e apreensão. Como é que você faz em 2021 uma busca e apreensão de fatos ocorridos em 2010 a 2013?”.
“O recurso, em nenhum momento, toca neste assunto (quebra de sigilo). O ex-ministro faz questão que quebrem o sigilo. Agora, em relação a busca e apreensão, nós consideramos que ele foi vítima de uma arbitrariedade e quer a reparação disso”, detalha.
Aguarda julgamento
O recurso apresentado pela defesa dele aguarda julgamento no TRF-5 em Recife. Não há prazo para julgamento porque a Justiça Federal está em recesso judicial.
O órgão retoma os trabalhos na segunda quinzena de janeiro.