Em meio à crise na base governista, líderes do PDT devem se reunir com Camilo Santana

Encontro é parte do esforço para tentar evitar um rompimento da aliança governista; reunião de segunda-feira (11) seguiu em clima tenso

Legenda: Reunião entre deputados e comando do PDT teve clima tenso, mas com um consenso: a busca de retomar o diálogo para a definição do candidato
Foto: Luana Barros

Os entendimentos para tentar encerrar o impasse ou pelo menos amenizar o racha entre as lideranças do grupo governista no Estado deverá ter um novo capítulo nesta quarta-feira (13). Como parte do esforço para reaproximar as lideranças, o presidente estadual do PDT, André Figueiredo, e o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, devem se encontrar com o ex-governador Camilo Santana (PT).

A conversa é mais uma tentativa de evitar o rompimento iminente da aliança que dura 16 anos entre os dois partidos. A busca pelo diálogo foi um dos consensos da última reunião, ocorrida na segunda-feira (11) entre os deputados estaduais e federais e o comando local do PDT com André Figueiredo e Ciro Gomes.

Os parlamentares, na ocasião, fizeram um apelo ao comando para que o senador Cid Gomes retorne às articulações. Alguns deles disseram, até de forma dura, que se Cid estivesse na liderança do processo, o impasse já teria sido resolvido.

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Quem acompanha o processo de perto sabe que uma reunião como essa dificilmente resolverá os problemas. Entretanto, diante do clima conturbado, o diálogo, apostam alguns deputados, pode reabrir as portas da negociação.

Lideranças de lado a lado terão até domingo (17) para chegar a um entendimento. É a véspera do encontro do Diretório Estadual do PDT em que haverá o apontamento do candidato. Os esforços são no sentido de acordar antes para evitar ainda mais desgaste, com dois candidatos disputando votos.

O encontro com Camilo Santana pode significar uma reabertura dos diálogos.

Clima tenso persiste

A reunião entre os deputados estaduais e federais do PDT com Ciro Gomes e o presidente estadual André Figueiredo não poderia ter sido calma. Como, de fato, não foi. O clima esteve tenso, com murro na mesa e tudo mais. É bem verdade que foi acalmando, mas até choro teve, para você ter uma ideia.

No fim das contas, ficou uma sessão desabafo em que os comandantes fizeram críticas aos liderados e ouviram as ponderações.

Como era de se esperar, a maioria externou seu apoio à governadora Izolda Cela, mas foi também consensual que houve erros de percurso dos dois lados, de apoiadores dela e do ex-prefeito Roberto Cláudio.

Foi pedido aos parlamentares que evitassem manifestações públicas nesta semana decisiva, embora esta recomendação tenha sido vista apenas como uma forma de passar a sensação de redução das divergências que têm gerado o impasse no partido.

Pelo menos ao que parece, porém, os ânimos só vão acalmar quando o candidato for escolhido. E, com certeza, algumas feridas ficarão abertas.