Elmano de Freitas terá muitos desafios no governo do Estado do Ceará. Há demandas administrativas urgentes e rearranjos políticos a serem feitos para dar tranquilidade à nova gestão. As prioridades do governo já estão claras. O que está a conferir é a execução das estratégias para cumprir as promessas de campanha. Inegavelmente, se inicia, no Ceará, um novo ciclo de poder.
Como um estado pobre, o Ceará possui um acervo de desigualdades difícil de ser revertido. Por si só, este já é um desafio grande ao poder público, a quem compete criar políticas que reduza os abismos gradualmente.
Do ponto de vista administrativo, Elmano toma posse em um Estado com saúde fiscal. Um dos mais equilibrados do Brasil, com capacidade de fazer os investimentos necessários para o estímulo à economia e às demandas da população. Entretanto, o sinal de alerta já está ligado sobre uma provável queda de arrecadação.
Já do ponto de vista político, mesmo que, na posse, o novo governador tenha citado textualmente o “legado positivo” que ele atribuiu às gestões de Cid Gomes, Camilo Santana e Izolda Cela, há sinalizações claras de um novo momento dessa correlação de forças entre os partidos e o exercício do governo.
O governo Camilo Santana, por exemplo, ainda teve uma forte influência da visão administrativa e política de Cid Gomes, um dos maiores líderes da base governista estadual. Ainda que tenha concedido três secretarias ao PDT, a indicação dos principais secretários de Elmano revela um novo mapa do poder no Estado, com o PT e Camilo Santana ainda mais influentes.
Como é típico dos momentos de readequações políticas, a nova correlações exigirá do governador habilidade para contemplar minimamente os interesses antagônicos para manter a ampla base aliada, essa sim, herança dos antecessores.
Para realizar seu plano de governo, cuja prioridade inicial é reduzir a fome, focar nas cirurgias eletivas e garantir o passe livre intermunicipal na Região Metropolitana de Fortaleza, Elmano precisará mais do que uma base na Assembleia. Será necessário acalmar os partidos afetados pelo racha entre PT e PDT nas eleições passadas.
Coincidência ou não, a missão ficará a cargo de três petistas: Waldemir Catanho, Nelson Martins e Artur Bruno.
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