Demora no reajuste dos professores incomoda aliados e mobiliza opositores do governo

Após repercussão do caso no Legislativo, governador chegou a dizer que aumento sairá nas "próximas semanas"

Legenda: Queiroz Filho (PDT) solicitou audiência pública na comissão de Educação da Assembleia para discutir o reajuste do piso dos professores no Estado
Foto: Assembleia Legislativa

A informação divulgada na semana passada pelo governador Elmano de Freitas (PT) de que o reajuste dos salários dos professores e demais servidores do Estado deve sair “nas próximas semanas”, embora impreciso, serviu como um alívio para aliados do governo constantemente cobrados por servidores estaduais - e pela oposição - sobre o assunto. 

Ainda em janeiro, o ministro da Educação, Camilo Santana – aliado de Elmano – anunciou o reajuste do piso salarial do magistério no Brasil com um incremento de 14,95% e valor de R$ 4.420. Pouco depois, o próprio governador Elmano anunciou que o Estado do Ceará estava assumindo o compromisso de pagamento do reajuste, em meio à repercussão do assunto entre governadores e prefeitos. 

O caso, entretanto, é que dois meses se passaram sem uma sinalização clara do governador sobre como seria viabilizado o pagamento aos profissionais – seja em comunicado à categoria ou mesmo em projeto à Assembleia.  

A demora nas providências já estava incomodando aliados e animando opositores na Assembleia Legislativa do Estado. 

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O reajuste do magistério, é bom lembrar, gerou greve em Fortaleza contra o prefeito José Sarto (PDT) após o prefeito não garantir um reajuste geral como queria a categoria. Depois disso, porém, a Prefeitura chegou a um acordo e já aprovou o projeto na Câmara Municipal enquanto o Estado nada fez sobre o assunto. 

A declaração do governador sobre o tema ocorreu um dia após a oposição ao governo se movimentar na Assembleia. O deputado Queiroz Filho, que integra a ala do PDT crítica ao governo, apresentou à comissão de Educação da Casa um pedido de audiência pública para discutir o reajuste do piso dos professores com a categoria. 

Após essa providência, aliados do governador Elmano iniciaram uma articulação para evitar polêmica a respeito do tema.

“Já se passaram dois meses e não vimos nenhuma manifestação por parte do Governo do Ceará de quanto será o aumento. Inclusive, solicitamos à Comissão de Educação da Casa uma proposta de audiência pública, junto ao sindicato Apeoc, para ampliarmos essa discussão e chegarmos logo a esse anúncio”, disse Queiroz. 

O deputado Antônio Henrique, também do PDT, também cobrou o assunto na tribuna. "Chegou alguma mensagem nesta casa desde o dia 16 de janeiro para cá? Aqui é o estado do ministro da Educação tem que dar bom exemplo", disse.

Em relação ao reajuste anual dos servidores do Estado, parlamentares e aliados do governo também têm sido cobrados pela ausência de informações. A declaração de Elmano acalma os ânimos, mas não resolve por completo a situação. 

 

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