Crise interna no PL gera embate entre bolsonaristas e Acilon Gonçalves

Na última semana, o comando nacional entregou o diretório de Fortaleza ao deputado federal André Fernandes

Legenda: Acilon Gonçalves comanda o PL no Ceará e detém liderança sobre um grupo político considerado relevante no Estado
Foto: Divulgação

Desde a chegada do grupo político ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal (PL) no Ceará, ficaram evidentes as divergências entre os aliados do ex-presidente e o presidente da Legenda no Ceará, Acilon Gonçalves. Embora as partes não falem abertamente sobre o assunto, há insatisfações do grupo bolsonarista com o comando local da legenda e, nos últimos meses, as divergências ganharam corpo, se transformaram em um tipo de guerra fria e chegaram ao comando nacional do PL. 

Na semana passada, em decisão que pegou alguns de surpresa, o diretório nacional, comandado por Valdemar da Costa Neto, formalizou a nova comissão provisória do partido em Fortaleza. Na composição, todos os integrantes são ligados ao bolsonarismo. André Fernandes, deputado federal, é o novo presidente em Fortaleza. 

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O movimento foi uma sinalização de divisão do poder local no partido e um nítido enfraquecimento de Gonçalves no comando da legenda no principal município cearense. Naturalmente, essas definições de agora terão impacto na sucessão municipal de 2024. 

O episódio que gerou maior irritação no grupo bolsonarista, nos bastidores, foi o bombardeio de ações na Justiça Eleitoral contra a chapa de deputados estaduais do PL. Com mais de 490 mil votos e 4 parlamentares eleitos, a chapa acabou cassada pelo TRE-CE (ainda cabe recurso) por fraude à cota de gênero. 

Essa responsabilidade é atribuída à burocracia partidária, comandada por Acilon. Some-se a isso, a ausência total de diálogo relatada pelos parlamentares da legenda com o comando estadual.

Propaganda partidária

Além disso, apurou esta Coluna, outro ponto considerado como a gota d’água para a insurgência contra o comando local foi o fato de, no primeiro semestre deste ano, o PL do Ceará não ter acesso às inserções de propaganda partidária na TV.

A solicitação deveria ter sido feita com antecedência à Justiça Eleitoral pelo diretório estadual, mas não foi, o que gerou nova irritação nos membros e pressão ao comando nacional por mudanças.  

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