Condução da política econômica e articulação no Congresso desafiam governo Lula após os 100 dias

Em discurso, presidente incluiu a "civilidade" como uma meta da nova gestão, mas precisa fazer as políticas públicas andarem mais rápido

Legenda: Os episódios de 8 de janeiro desafiaram o governo à estabilizar a democracia, algo inédito desde a redemocratização
Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, durante discurso de 100 dias, na presença dos ministros, que o governo "precisa conversar muito". Citando Camilo Santana, a quem se referiu como "bom de conversa" por conta do "jeitão cearense", Lula disse que mais do que governar é preciso recuperar a "civilidade" no Brasil.

O presidente tem razão. A missão do governo é ampla, mas uma coisa não pode encobrir a outra. Até o momento, o governo 'Lula 3' ainda não mostrou a segurança que se espera, principalmente, na condução da política econômica.

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O que tem até agora é promessa. É pouco para o tamanho da expectativa, mas há uma ressalva a fazer. O governo atual nem tinha 10 dias e precisou lidar uma crise de proporções gigantescas com a invasão dos três poderes por apoiadores do candidato derrotado nas eleições.

O episódio de 8 de janeiro elevou a tensão, mudou rumos e exigiu habilidade, experiencia e poder de aglutinação.

Pode-se dizer, inclusive, que o episódio deu um tempo a mais para o governo Lula mostrar na prática o que defende fazer para a retomada do crescimento, do emprego e e de serviços como saúde e educação.

Cenário desafiador no Congresso

Entendo que, entre os grandes desafios está a formação da base aliada no Congresso Nacional. Até o momento, não há sinais de uma base coesa com a dimensão que precisa.

Há pautas importantíssimas cuja liderança do Executivo poderá ser determinante como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária.

O que se pode dizer, no momento, é que é um governo cujos grandes projetos estão em gestação. 

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