Com bases no Interior, Júnior Mano avança para a Capital de olho na disputa pelo Senado

Deputado federal é o nome defendido por Cid Gomes para uma das vagas, mas sabe que há muitos obstáculos pelo caminho

Escrito por
Inácio Aguiar Inacio.aguiar@svm.com.br
(Atualizado às 20:59)
Legenda: Na última quinta-feira (5), Júnior Mano acompanhou Cid Gomes na abertura da PEC Nordeste, em Fortaleza
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Os últimos episódios da cena política estadual mostram que a montagem da chapa majoritária governista será um jogo de xadrez do comando. E as peças já estão se movimentando. O deputado federal Júnior Mano (PSB), lançado na corrida ao Senado pelo correligionário Cid Gomes, está intensificando articulações em Fortaleza, de olho na disputa do ano que vem.

O parlamentar sabe da altíssima concorrência no grupo governista, mas segue buscando viabilizar uma candidatura. Mano foi eleito em 2022 com 216 mil votos no último pleito. Pouco menos de 10% foram na Capital. Com votação majoritariamente no Interior, o avanço dele sobre lideranças na Capital chama a atenção nos bastidores.

Na última semana, o parlamentar abriu conversas com, pelo menos, sete vereadores no exercício dos mandatos: Paulo Martins (PDT), Michel Lins (PRD), Bruno Mesquita (PSD), Emanuel Acrízio (Avante), Germano He man (Mobiliza), Professor Enilson (Cidadania) e o suplente Marcelo Tchela (Avante).  

Mano, que está no segundo mandato como deputado federal, foi eleito em 2022 pelo PL. Em 2024, entretanto, acabou expulso do partido por aproximação com lideranças governistas locais. Logo em seguida, se filiou ao PSB, a convite de Cid Gomes, que passou a ser o principal fiador da empreitada. 

Caminho longo e jogo pesado 

Conforme já relatamos nesta Coluna, o parlamentar tem que superar barreiras em um cenário político difícil. Além da forte concorrência na base governista, que tem ao menos cinco pré-candidatos ao cargo, ele enfrenta um desejo já dito publicamente pelas principais lideranças do grupo governista de que Cid seja candidato à reeleição.  

O senador, por sua vez, tem reforçado apoio ao correligionário. Ele já chegou a declarar que as articulações entre os dois começaram antes da filiação de Mano ao PSB, no fim de 2024. Segundo Cid, o apoio seria um "compromisso pessoal”. 

Outro ponto a ser considerado nesse caminho é uma investigação, que tramita em segredo de justiça no STF, em que o parlamentar é citado e pode ter desdobramentos até lá.  

O jogo de xadrez governista, como visto, começou cedo demais e as peças estão se movendo no tabuleiro.