Em reunião do PSDB do Ceará, em que o partido reforçou o apoio ao nome de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, como pré-candidato tucano à Presidência da República, o senador Tasso Jereissati, maior líder do partido no Estado, surpreendeu os correligionários ao anunciar que, em novembro, quando ocorrerão as prévias do tucanato, irá entrar de licença do mandato de senador.
Esta será a primeira vez que Tasso se afastará temporariamente do Senado, em seus dois mandatos na cadeira representando o Ceará.
A licença tem a ver com a campanha de Eduardo Leite, que é a aposta do experiente senador cearense para reconstruir o PSDB, sob novo programa e com novos compromissos com a sociedade a partir do ano que vem. O afastamento cumpre também acordos políticos que remontam à Eleição em 2014.
O primeiro suplente de Tasso é o empresário Chiquinho Feitosa. Ex-deputado federal entre 1999 e 2003, Chiquinho é uma figura influente no mundo político cearense.
Presidente estadual do Democratas, sempre foi mais de bastidores do que de holofotes. Aliado do grupo governista local, Feitosa, que é natural de Tauá, sempre conseguiu contornar as divergências ideológicas na sigla para manter o partido nas alianças feitas no Estado. No momento, a parceria é com o governismo liderado pelo PDT de Cid e Ciro.
Setor Produtivo
Nas eleições para o Senado, os suplentes são votados apenas indiretamente, por meio do titular. E as indicações, geralmente, são frutos de acordos políticos para a formatação das chapas.
Além de influente na política, Chiquinho Feitosa é empresário de sucesso no setor agropecuário e de transportes urbanos, mantendo liderança no setor produtivo.
De olho no novo partido
A posse como senador neste momento cairá como uma luva para Feitosa. No processo de fusão entre o DEM e o PSL, o momento é de articulações pelas lideranças estaduais do novo partido, o União Brasil.
Segundo vem apurando esta coluna há algumas semanas, Feitosa faz articulações e é o favorito para assumir o partido no Ceará. Com uma cadeira no Senado, ele se investe de mais força política para manter o comando da legenda.
A disputa não é fácil. Do outro lado, está o deputado federal e pré-candidato ao governo do Estado, Capitão Wagner (Pros).
A este colunista, na última semana, Wagner, que tinha o compromisso de assumir o PSL estadual antes da fusão, disse que tem dialogado para liderar o novo partido no Ceará. Disse, inclusive, que tem dialogado com Feitosa por meio do também deputado Heitor Freire, ex-presidente do PSL no Ceará, que estaria colaborando na articulação.
O debate ainda não está concluído, mas deve ser observado com atenção, pois o novo partido poderá ter grande influência na eleição estadual do ano que vem.