Oficializado candidato ao governo do Estado pelo União Brasil, o deputado federal Capitão Wagner chega à terceira disputa majoritária com mais robustez partidária, que deve garantir a ele o maior tempo de propaganda de rádio e TV entre os candidatos ao governo. Wagner ficou em segundo lugar duas vezes para a Prefeitura de Fortaleza, mas teve desempenho considerado bom e chega agora com mais força para uma campanha também mais difícil, em âmbito estadual.
Com atuação ligada às forças de segurança, o candidato do União Brasil é o principal nome da oposição à direita na disputa deste ano ao Governo do Estado e segue com o mesmo desafio das campanhas anteriores: ampliar o leque de aliados, principalmente no interior, e demonstrar que não é um candidato monotemático, de segurança. Ele está se preparando para isso.
A capilaridade da candidatura é, igualmente, um desafio em um cenário em que a grande maioria dos prefeitos é ligada ao governistas que agora se dividem em duas candidaturas: Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT).
Além das experiências em disputas majoritárias anteriores, Wagner chega a 2022 em um partido mais robusto. Após a fusão entre PSL e DEM, nasceu o União Brasil, que tem a maior bancada na Câmara dos Deputados.
Na fase de definições partidárias, Wagner já havia conseguido impor uma derrota ao grupo governista ao confirmar a presidência do partido em âmbito estadual. Entre o fim do ano passado e início deste ano, ele e Chiquinho Feitosa travaram uma batalha para ficar com a Legenda.
Na convenção desta sexta-feira, sete partidos confirmaram apoio a Capitão Wagner: União Brasil, PL, Podemos, PTB, Avante, Republicanos e Pros. A adesão das siglas mostra que Wagner conseguiu o que queria: a oposição às forças governistas ligadas à sua postulação.
Questões nacionais
A ampla coligação, entretanto, tem uma estrela a ser considerada maior: o PL, do presidente Jair Bolsonaro. No Ceará, a legenda reúne aliados do prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, e apoiadores do presidente.
Entretanto, a julgar pela convenção, o candidato do União Brasil usará moderadamente a imagem do presidente em sua campanha.
Em análises anteriores, já destacamos como este deve ser um tema delicado para Wagner. Ele deixa claro que é aliado do presidente, mas que manterá certa distância até pelo caráter eclético dos partidos de sua coligação.
Sem dúvida, este será um dos pontos de embates na campanha eleitoral: os apoios nacionais aos candidatos locais.
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