Camilo destaca impostos e segurança como prioridades no Senado e mostra incômodo com racha PT/PDT

Candidato do PT ao Senado, ex-governador fez questão de deixar a porta aberta para reatar aliança com PDT, mas fez críticas ao partido

Legenda: Na entrevista, Camilo Santana repetiu várias vezes que o seu candidato a governador é Elmano de Freitas
Foto: Thiago Gadelha

O ex-governador Camilo Santana (PT) está demonstrando ter intenção de fazer, no Senado, um tipo de continuidade da atuação que teve como governador durante dois mandatos. Ao comentar os aspectos que pretende defender no Congresso caso seja eleito, em dois ele foi mais incisivo: mudanças no sistema tributário e as responsabilidades federais no combate à violência.

Os dois assuntos mais fortemente abordados na entrevista à Verdinha e TV Diário, na manhã desta segunda-feira (29), foram alvo de embates ao longo dos mandatos dele no Executivo tanto com o Congresso como com o governo federal.

Além das questões nacionais, com as quais será confrontado caso seja eleito, Camilo teve que se explicar sobre o rompimento em sua então base de apoio, principalmente o PT e o PDT. Neste ponto, o discurso do candidato ainda revela um tom de mágoa com os acontecimentos que levaram o seu partido a ter um candidato próprio.

O ex-governador evitou fazer críticas mais diretas a lideranças do PDT e, além disso, deixou uma porta aberta para a reaproximação em caso de segundo turno no Estado. Entretanto, alguns trechos da entrevista deixaram clara a chateação do ex-chefe do Executivo.

Embate na aliança

Três pontos mais evidentes foram a afirmação de que o PT teve de lançar candidato próprio após “uma injustiça que cometeram com a Izolda” (referência à governadora que perdeu o embate interno para o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio e acabou preterida na pretensão de candidatura).

Além disso, Camilo negou e disse se tratar de “mentiras” as informações de que o ex-presidente Lula teria o convidado para ocupar um ministério em um possível governo. Essas insinuações foram feitas, inclusive, pelo candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes.

Por fim, dentro deste critério político, Camilo fez questão de destacar investimentos feitos pelo Estado em parceria com a Prefeitura de Fortaleza, comandada em sequência por Roberto Cláudio e Sarto, dois adversários dele nesta campanha. Um deles foi no projeto chamado “Nossas Guerreiras”, promessa de campanha de Sarto, para o qual Camilo disse ter destinado R$ 50 milhões.

Ao longo da campanha eleitoral, principalmente na fase mais decisiva, o tema rompimento entre PT e PDT ainda deve reservar novos embates entre os agora adversários. 

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