Após as duras declarações de Ciro Gomes (PDT) contra ex-aliados como o ministro Camilo Santana (PT), a ex-governadora Izolda Cela e até mesmo seu irmão, o senador Cid Gomes, nenhum dos alvos das críticas se manifestou até o momento. A estratégia parece ser deixar Ciro sem resposta.
A entrevista, realizada na live semanal PontoPoder na última quinta-feira (22), causou agitação nos bastidores da política cearense ao revelar recados diretos e um tom mais incisivo utilizado pelo ex-ministro contra nomes que ele já havia defendido publicamente, como Cid e Camilo. Naturalmente, esses fatos estão relacionados aos desentendimentos ocorridos durante a campanha eleitoral de 2022, que resultaram no rompimento entre os então aliados.
As declarações de Ciro têm sido o assunto mais comentado nos bastidores desde ontem. No entanto, todas as pessoas mencionadas nas críticas resolveram ignorar, pelo menos por enquanto, tais declarações.
O ministro Camilo Santana encontra-se na Índia em missão oficial do governo brasileiro, assim como sua secretária, Janaína Farias, também citada.
Cid Gomes, embora reconheça as divergências, tem evitado comentar os desentendimentos com seu irmão mais velho. Izolda Cela, também alvo das críticas, também não se pronunciou sobre o assunto.
Durante a entrevista, Ciro Gomes expressou sua "preocupação" com o "monopólio de poder" que o ministro da Educação "está tentando estabelecer no Ceará". Ele também acusou o petista de ter "todos os cargos" no Governo do Estado para realizar "conchavos políticos".
Os desentendimentos entre aqueles que já lideraram uma ampla base aliada no Estado estão impactando diretamente o PDT no Ceará. O partido atualmente detém o comando da Prefeitura de Fortaleza, com José Sarto, mas terá que reestruturar sua base de apoio devido à manutenção do racha entre as lideranças.
Os recentes episódios internos na sigla, incluindo a entrevista exclusiva de Ciro ao PontoPoder, evidenciam que a pacificação interna está mais distante do que se imaginava. Nos bastidores, políticos tanto de dentro quanto de fora do partido afirmam que os últimos acontecimentos confirmaram a crise interna na sigla.