Fortaleza concentra maior parte das empresas de táxi-aéreo do Nordeste
Fortaleza concentra nove das 16 empresas de táxi-aéreo no Nordeste. Em seguida, a Bahia tem cinco empresas.
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Em todo o País, existem 141 empresas de táxi-aéreo. Os números são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que mostram ainda que o Brasil tem mais de 630 aviões registrados para operações de táxi-aéreo em julho de 2023. Mais de 500 deles estão diretamente envolvidos em operações de passageiros.
Neste segmento de táxi-aéreo, a empresa Flapper realiza contratação de fretamentos aéreos. No Nordeste, a Flapper tem 69 aviões e helicópteros, sendo Salvador e Fortaleza responsáveis por quase todo o estoque de equipamentos, com 26 e 22 aeronaves, respectivamente.
Das aeronaves em Fortaleza, a Flapper aponta pelo menos seis helicópteros disponíveis para voos, além de dois em Jericoacoara, todos como táxi-aéreo.
Como funciona o serviço da Flapper
A Flapper funciona com um serviço semelhante ao Uber. Ela se descreve omo um ‘marketplace’ da aviação executiva, em que o cliente consegue ver a oferta de aviões de diferentes empresas, sendo necessário apenas digitar origem e destino.
As opções passam tanto pelo aluguel de uma aeronave inteira, quanto pelo compartilhamento de assentos de um voo fechado entre destinos no Brasil, América Latina e Europa.
Por exemplo, um voo entre Fortaleza e Jericoacoara sai em média por R$ 15 mil. O cliente consegue contratar todos os assentos do avião ou dividir o custo da aeronave, reduzindo o valor.
Ainda para Jeri, o passageiro pode escolher a opção de viagem em jatinho ao custo de até R$ 55 mil, para oito passageiros no luxuoso Learjet 45 da canadense Bombardier.
O embarque dos passageiros é feito em hangares executivos exclusivos.
Um voo para Juazeiro do Norte é em média 60% mais caro que para Jeri (ambos saindo de Fortaleza) dada a maior distância.
O que explica o protagonismo do Ceará no segmento de aviação executiva?
Um executivo do setor em Fortaleza acredita que o fato determinante para a presença de tantas empresas foi a atuação de empresas de aviação cearenses desde muitas décadas atrás, como a TAF.
“A TAF fomentou esse tráfego aéreo quando operava com aviação comercial. Isso a tornou muito grande aqui no Ceará. Havia a ligação com políticos, políticos usavam bastante, daí mais aeronaves chegaram. Aqui o táxi-aéreo é muito forte. Fato de termos tido essa empresa aérea, foi o determinante”, afirma.
De fato, a TAF iniciou operações comerciais no Ceará ainda nos anos 1990 quando ligava Fortaleza ao interior do Ceará. Nos anos 2000, recebeu diversos jatos Boeing como o 727 e o 737, para onde fazia voos comerciais pelo país, incluindo rotas internacionais, como para Guiana Francesa e Suriname.
A TAF também tinha forte atuação no setor de cargas aéreas.
Buscamos conversar com a TAF para entender melhor esse histórico de destaque pelo Ceará, mas a companhia não nos retornou o contato. Já comentamos algumas vezes sobre as operações da TAF.
O fundador da TAF foi o Comandante Ariston Pessoa ainda em 1958. Daí decorreram décadas de crescimento e incorporação de aeronaves e novos destinos voados a partir de Fortaleza: aviação comercial, cargueira e táxi-aéreo. O Comandante faleceu em 2011 e, um ano após, fora homenageado dando nome ao aeroporto de Jericoacoara no município de Cruz-CE .
Paul Malicki, CEO da Flapper reforça o destaque de Fortaleza na área: “Muitas rotas (executivas) de Fortaleza incluem cidades internacionais, como Barbados ou Sal (Cabo Verde). Isso porque Fortaleza serve como hub (apoio) para jatos executivos ligando voos de longa distância para São Paulo, Argentina e Chile”.
O fato da aviação comercial ter se tornado escassa durante a pandemia, fez com que muitas pessoas e empresas tivessem que recorrer ao táxi-aéreo: “No Brasil, registramos 260 mil horas de voo de táxi-aéreo em 2022, 44% a mais do que em 2019”, contou-nos Paul Malick.
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.