Com plano da Fraport, Gol deve aumentar para até 40 voos diários em Fortaleza em 2024
A Gol Linhas Aéreas deverá aumentar de forma considerável suas operações em Fortaleza a partir de 2024. Pelo menos é o que pensa a concessionária do Aeroporto Pinto Martins, a alemã Fraport.
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Já conversamos sobre o aumento de operações que a Fraport espera obter com o reposicionamento de companhias aéreas em Fortaleza e com o “empurrãozinho” do seu plano de incentivo de mais operações para atrair novo milhão de passageiros em período de 12 meses.
Em conversa com a coluna, a Fraport nos informou que, para 2024, com a melhor disponibilidade de aeronaves da Gol, a aérea buscará se enquadrar numa alíquota menor de ICMS em Fortaleza, saindo de 6%, para 3% sobre querosene de aviação.
Assim, a Gol deverá retomar uma malha aérea alargada em Fortaleza: de 13, 14 decolagens diárias, para 20 decolagens domésticas por dia ou 40 voos diários (pousos e decolagens).
“Com a disponibilidade de mais aeronaves em 2024, sabemos que a Gol tem interesse em aderir faixas de ICMS menores dos decretos do governo do Ceará. O time da Gol deverá aumentar malha em Fortaleza, buscando não competir com o aeroporto de Salvador, por isso, Fortaleza ganharia alguma ênfase de ligações novamente com o Norte e Nordeste: Manaus, Belém, São Luís, além de retomar mais frequências para grandes centros como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo”, explicou Pedro Navega, gerente de Aviação da Fraport.
“Sabemos que eles querem aumentar operações e para aumentar as chances de isso ocorrer, oferecemos nosso plano de incentivos. A Gol consegue fazer isso sem perder seus benefícios na Bahia”, complementou Pedro.
A notícia é realmente alentadora pois reposicionaria Fortaleza de volta com a companhia que decresceu severamente em Fortaleza em 2023. Inclusive a Gol já está retomando em dezembro presente, ilustrativamente, voos para Manaus e para Belo Horizonte na alta estação, além de vários voos extras para os grandes centros do Sudeste.
A informação é de que a Gol foi bastante afetada pelo atraso na entrega de novas aeronaves, tanto que buscaria aeronaves na América do Sul, junto à sua recente parceira Avianca Colômbia, com quem fundou o Grupo Abra.
“Se todas as companhias aéreas pudessem atingir 200 aeronaves, elas o fariam, porque há muita demanda represada, e Fortaleza é uma cidade em que há bastante. Essas rotas que não estão com tantas frequências, ou não estão sendo voadas, também dão lucro. Nós construímos nosso programa de incentivos com as companhias aéreas e achamos que temos um motivo a mais para fazê-las crescer em operações”, complementou Edgar Nogueira, CCO da Fraport.
A Gol limitou-se a informar que “a Companhia reforça o seu compromisso em ter uma malha competitiva aos cearenses permitindo o crescimento econômico e maior acesso de turistas às diversas atrações no Ceará. Na alta temporada de 2023/24, por exemplo, a Gol está retomando oferta de voos de Fortaleza para Manaus, Buenos Aires, Belo Horizonte e ampliando a capacidade da capital do estado para São Paulo, Rio e Salvador. Ainda está planejado o aumento da oferta de Jericoacoara para São Paulo no verão, bem como o início da rota Juazeiro do Norte-Brasília a partir de fevereiro/24”.
Para se posicionar no rol de 3% de ICMS, a Gol precisaria fazer 20 partidas diárias em média até o fim de 2024, número próximo ao que a companhia manteve na segunda metade da década de 2010 a 2020.
Ou seja, a Gol voltaria a um status historicamente possível e mapeado em Fortaleza, uma quantidade deveras mais relevante do que a fraquíssima média de 12,38 decolagens/dia que manteve no terrível 2023.
Seria outra realidade de operações. O incremento de 12 para 20 decolagens/dia da Gol traria, em um ano, mais de 800 mil passageiros ao Fortaleza Airport, número que nos faria parar de flertar com uma movimentação esdrúxula menor que 500 mil passageiros/mês. Passaríamos mensalmente de 550 mil.
“Temos que 2024 será um ano desafiante, porém, melhor que 2023”, comentou conosco a Fraport. “O que estamos trazendo agora só deve realmente surtir resultados daqui a alguns meses, dado que há toda uma curva de implementação de mais voos, alinhados com o incentivo que criamos. Acredito, porém, que deveremos voltar pra um patamar de pelo menos 100 mil assentos a mais por mês”, comentou Pedro Navega.
Sobretudo, teríamos a superação de uma realidade perversa que vitimou o aeroporto de Fortaleza. A cidade foi relegada a um 2º patamar de operações por ser mais distante dos centros do Sudeste e, por isso, com operação dita mais cara. Gol tirou voos de onde era mais longe.
“Voar para centros do Nordeste mais perto eram mais rentáveis e deixavam as aeronaves mais disponíveis. Se tenho voos de 50 minutos a menos, é um voo a mais de ponte aérea Rio-São Paulo que as companhias conseguem fazer”, informou Pedro.
Para rentabilizar os voos, as companhias aéreas cobraram as quantias que desejaram na cidade, ainda assim, enchendo seus aviões em níveis não vistos nos últimos 10 anos.
Mesmo assim, voou-se muito menos por aqui.
“As companhias aéreas estão surfando o momento do mercado, que é de preços altos”, comentou com a coluna uma fonte do setor aéreo.
Azul
Segundo os técnicos da Fraport, o benefício de atração de voos que já mencionamos foi apresentado para todas as companhias e algumas demonstraram algum nível de interesse.
“A Azul não deve vir tanto, devem aproveitar para ter desconto nas tarifas de pouso em alguns meses (mais operações que o baseline – mínimo de voos)”, comentou Pedro Navega.
Uma coisa boa que a Fraport explicou é que a Azul poderia se utilizar do seu codeshare com a TAP para se encaixar no Decreto do Estado do Ceará 35547, que pede voos domésticos e internacionais.
Latam
Segundo a Fraport, a Latam teve bastante limitação de frota no Brasil dado que precisou remanejar aviões para mercados considerados prioritários como a Colômbia, por isso, acreditam que Fortaleza também foi impactada.
Conversaram com a companhia para mostrar o incentivo, dando a entender que a Latam deverá retomar as 25 decolagens domésticas diárias que a faz ter direito à isenção de ICMS em Fortaleza até o fim de 2024.
Assim, a Fraport prevê que a Latam deve se valer do incentivo que prevê descontos em taxas de decolagens para crescer operações juntamente com a parceria com a Voepass.
Lembrando que os voos Latam operados com a Voepass vindos de Campina Grande e Mossoró se iniciam a partir de primeiro de janeiro próximo.
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.