Neste dia 7 de maio de 2020, o futebol viu a primeira luz no fim do túnel desde o início da crise do coronavírus. A Bundesliga, o campeonato alemão, marcou o retorno dos jogos para o dia 16 de maio. O que pode ser encarado por diversos países e pelo mundo do futebol como uma boa notícia, tendo em vista que se terá um norte para avaliar experiências exitosas ou não da volta de um esporte de massa em tempos de pandemia. Mas não é assim para todos. Atletas manifestaram preocupação e ainda há incertezas.
Alguns pontos já são vencidos em qualquer discussão: o futebol alemão volta sem torcida, dentro de um protocolo que prevê testagem em massa e frequente. Clubes treinam com grupos definidos de acordo com resultados de exames e rigoroso protocolo de higiene, mesmo sem uma uniformidade de ações entre clubes e a DFL (CBF alemã). Surpreendentemente, times da primeira e segunda divisão do país europeu não possuem um protocolo comum de ações.
Obviamente, a volta do esporte na Alemanha acontece sob o lastro do relativo sucesso que o país teve com relação aos seus vizinhos europeus, como Itália e Espanha. O achatamento das curvas de contágio e mortes acontece desde o início de abril, quando os times foram autorizados a voltar a treinar. Apesar de tudo, ainda são registrados mais de mil casos por dia, e o número de mortes ainda está na casa de 100 a 150 diariamente.
Porém, para quem pensa que o retorno alemão é um processo tranquilo, há muita discordância sobre o tema. Jogadores e alguns dirigentes de clubes não estão convencidos que o processo de volta ao futebol será uma experiência segura. O próprio CEO da Bundesliga, Christian Seifert, deixou claro: “Estamos jogando em liberdade condicional. Toda jornada é uma oportunidade para provar que merecemos a próxima".
Um atleta manifestou suas dúvidas. O volante belga Birger Verstraete, do Colônia, disse a uma emissora de TV belga que foi impedido de cumprir a quarentena pelo clube e que considerou a medida "bizarra". O Colônia gerou polêmica ao revelar que três membros da equipe foram infectados por Covid após a liberação de treinos. Na última semana, uma testagem em massa encontrou o vírus em 10 jogadores da Bundesliga, segundo Washington Post.
Outro ponto é que os critérios do calendário alemão não tiveram somente influência de questões de saúde. Segundo o jornal esportivo Sport Bild, o prazo de término dos contratos dos jogadores foi um dos principais motivos para que as partidas fossem retomadas, e o campeonato finalizado até o fim de junho.
FAVORECEU A VOLTA AO FUTEBOL NA ALEMANHA:
PÕE DÚVIDA NA VOLTA DO FUTEBOL NA ALEMANHA
No Brasil
A realidade brasileira se impõe de forma diferente à da Alemanha. O primeiro ponto é que o País ainda não atingiu o pico da doença. As previsões do Ministério da Saúde para que o estágio máximo de contágio diário acontecesse era o fim de abril. Mas nos 7 primeiros dias maio ainda há crescimento franco em todos os números.
Porém, clubes, federações e CBF estão em sintonia na busca de melhores saídas. Um protocolo comum foi formulado, submetido e aprovado junto ao Ministério da Saúde. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, é apoiador público da volta do esporte. Porém, a decisão cabe às autoridades locais. Em estados como Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, os decretos de isolamento foram renovados, e a volta dos treinamentos foi adiada. Os jogos não têm prazo para ocorrer.