Quem assiste aos jogos do Campeonato Brasileiro vê em campo equipes que representam bem o perfil nacional. São times jogadores de várias origens étnicas, dentro os quais uma boa parcela de atletas negros. Mas quando os olhares se voltam para a área técnica, quem costuma comandar agremiações da elite do futebol nacional? Maioria esmagadora de brancos.
Atualmente, somente um treinador na Série A é negro. Marcão substituiu o também negro Roger Machado no Fluminense. E pela segunda vez assume como interino, mesmo tendo mostrado valor no fim da Série A 2020, classificando a equipe carioca para a Libertadores.
Na Série B, dentre as 20 equipes, também somente um de origem negra. Hemerson Maria, ex-Vila Nova, também foi demitido, assim como Hélio dos Anjos deixou o Náutico. Por fim, Felipe Dorian, do Sampaio Corrêa, se tornou o único que representa o perfil étnico na competição.
O que explica?
Em entrevista ao El Pais, durante a primeira passagem no Fluminense, Marcão deu a sua opinião: "Temos outros negros com capacidade para trabalhar no futebol, mas, muitas vezes, o que falta é oportunidade. Estou aqui porque eu me preparei e quero contribuir para que mais profissionais capacitados recebam essa chance de mostrar seu potencial".
A tônica de treinadores brancos no comando dos principais clubes brasileiros já se estende por anos. Apenas Roger, Marcão e Hemerson Maria comandaram equipes na Série A nas últimas três temporadas.
Torcida por sucesso
Marcão já mostrou qualidade e estreou com um empate contra o todo-poderoso Atlético-MG, líder da competição. Que a trajetória dele seja diferente desta vez, já que tem promessa de ficar até o fim da temporada. E que, conquistando os objetivos do clube, seja, de fato, efetivado.