Os recados na decisão que decretou prisão de Gusttavo Lima: 'riqueza não deve servir como escudo para impunidade'
A juíza responsável também manteve todos os decretos de prisão já expedidos anteriormente, incluindo o da influenciadora Deolane Bezerra
A decisão da juíza Andrea Calado da Cruz, que determinou a prisão preventiva de Gusttavo Lima, à qual esta coluna teve acesso, traz alguns recados para o cantor em sua fundamentação. O artista é investigado no âmbito da Operação Integration, que apura um esquema de lavagem de dinheiro relacionado à exploração de jogos do bicho e jogos de azar e já levou à detenção da influenciadora Deolane Bezerra.
Segundo a juíza da 12ª Vara Criminal de Recife, Nivaldo Batista Lima (verdadeiro nome de Gusttavo), "demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça" ao dar guarida a foragidos.
"Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas", continuou.
Veja também
A conivência com foragidos, diz a magistrada, "não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade".
Conforme a investigação, Gusttavo Lima teria levado o casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Henriques Truta Rocha para a Europa em um avião da Balada Eventos e Produções, empresa do cantor. Os três partiram juntos na aeronave, mas apenas o artista voltou. Na decisão, foi determinada a comunicação à Interpol para a captura dos dois foragidos.
Além do cantor, a juíza também determinou a prisão de Bóris Maciel Padilha, "responsável pela conduta de 'ocultar valores provenientes dos jogos ilegais", e manteve todos os decretos de prisão já expedidos anteriormente, incluindo o da influenciadora Deolane Bezerra", informou o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
"Escudo para a impunidade"
Andrea Calado da Cruz destacou na decisão que ninguém pode se valer das condições financeiras para escapar da Justiça.
A riqueza não deve servir como um escudo para a impunidade, nem como um meio de escapar das responsabilidades legais. A aplicação da lei deve ser equânime, assegurando que todos, independentemente de sua posição social ou econômica, respondam por suas ações"
Para a juíza, a tentativa de evitar as "consequências legais por meio de conexões financeiras, em uma verdadeira afronta ao cumprimento das decisões judiciais e às requisições das autoridades policiais, é uma violação à lei que deve ser cumprida por todos, sem exceção".
O processo permanece sob sigilo para garantir a integridade das investigações em andamento.