Os recados na decisão que decretou prisão de Gusttavo Lima: 'riqueza não deve servir como escudo para impunidade'

A juíza responsável também manteve todos os decretos de prisão já expedidos anteriormente, incluindo o da influenciadora Deolane Bezerra

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(Atualizado às 20:24)
Foto: Reprodução/Instagram

A decisão da juíza Andrea Calado da Cruz, que determinou a prisão preventiva de Gusttavo Lima, à qual esta coluna teve acesso, traz alguns recados para o cantor em sua fundamentação. O artista é investigado no âmbito da Operação Integration, que apura um esquema de lavagem de dinheiro relacionado à exploração de jogos do bicho e jogos de azar e já levou à detenção da influenciadora Deolane Bezerra.

Segundo a juíza da 12ª Vara Criminal de Recife, Nivaldo Batista Lima (verdadeiro nome de Gusttavo), "demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça" ao dar guarida a foragidos. 

"Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas", continuou.

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A conivência com foragidos, diz a magistrada, "não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade". 

Conforme a investigação, Gusttavo Lima teria levado o casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Henriques Truta Rocha para a Europa em um avião da Balada Eventos e Produções, empresa do cantor. Os três partiram juntos na aeronave, mas apenas o artista voltou. Na decisão, foi determinada a comunicação à Interpol para a captura dos dois foragidos.

Além do cantor, a juíza também determinou a prisão de Bóris Maciel Padilha, "responsável pela conduta de 'ocultar valores provenientes dos jogos ilegais", e manteve todos os decretos de prisão já expedidos anteriormente, incluindo o da influenciadora Deolane Bezerra", informou o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

"Escudo para a impunidade"

Andrea Calado da Cruz destacou na decisão que ninguém pode se valer das condições financeiras para escapar da Justiça.

A riqueza não deve servir como um escudo para a impunidade, nem como um meio de escapar das responsabilidades legais. A aplicação da lei deve ser equânime, assegurando que todos, independentemente de sua posição social ou econômica, respondam por suas ações"
Andrea Calado da Cruz
Juíza da 12ª Vara Criminal de Recife

Para a juíza, a tentativa de evitar as "consequências legais por meio de conexões financeiras, em uma verdadeira afronta ao cumprimento das decisões judiciais e às requisições das autoridades policiais, é uma violação à lei que deve ser cumprida por todos, sem exceção".

O processo permanece sob sigilo para garantir a integridade das investigações em andamento.

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