O texto de hoje chega numa quinta-feira e não na quarta, como de costume, por um motivo especial. É que hoje, 17 de fevereiro, é o Dia Mundial do Gato. A data foi escolhida por uma organização italiana de defesa animal para ajudar a promover campanhas contra maus tratos.
No calendário, ainda temos outros dias para os felinos. No dia 8 de fevereiro, é celebrado o Dia do Gato pelos norte-americanos; no dia 29 de outubro, o Dia Internacional do Gato; e no Brasil tem também o Dia do Gato Preto, que é 17 de agosto.
Mas como reconhecer somente quatro dias no ano para esses grandes e amorosos companheiros? Na verdade, todo dia é dia do gato. Como não se encantar e não se apaixonar por esses bichinhos especiais que nos ensinam tantas lições importantes?
No final de 2020, tomei a decisão de adotar um gato depois de tanto meu filho pedir. Na época, ele assistia vídeos de gatos, conheceu a história de um nordestino que adotou 18 gatos e cada vez mais a vontade aumentava. O pedido pela adoção era quase diário. Ele demonstrou grande sensibilidade pela causa de resgate de animais abandonados.
Moramos só eu e meu filho, temos um espaço grande só para nós dois e comecei a imaginar o quanto seria bom dividir com um gatinho. Não sabia praticamente nada sobre gatos, mas já estava decidida.
Falei com um amigo que é veterinário e que resgata animais abandonados para adoção. Esperei chegar um fim de semana em que meu filho estaria viajando. Queria fazer uma surpresa para ele quando chegasse em casa, na segunda-feira seguinte.
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No dia 16 de janeiro de 2021, atravessei a cidade para ir até o local onde gatinhos estavam. Cheguei lá, sentei, peguei um, depois outro. Os dois que vi assim que cheguei eram irmãos. Superbrincalhões, carinhosos e amigos.
Deu um aperto no coração quando pensei em levar só um. Resultado: peguei os dois. Lá, eles tinham os nomes de Bolinha e Pirata. O macho era chamado de Pirata porque tem um olho atrofiado.
No dia em que meu filho encontrou com eles pela primeira vez, já na nossa casa, foram rebatizados de Tico e Carmele.
Tico e Carmele transformaram nossa vida e nossa casa. Eles nos alegram, nos fazem felizes e nos ensinam demais. Cada um com sua personalidade, preferências e manias.
Os maiores ensinamentos partem do que são comuns aos dois, aos gatos. O ar de mistério quando ainda não nos conhecem, usado como forma de defesa até que a confiança nos humanos seja estabelecida, é um deles. É a capacidade de observação para conhecer melhor. A inteligência dos gatos é realmente admirável.
Eles também nos ensinam sobre autocuidado e exercício da paciência. Afinal de contas, para conquistar a confiança de um gato temos que observar de longe, chegar devagar, como se não estívessemos nem aí para ele. Temos que esperar que o acolhimento parta do felino.
Até a capacidade do gato de não fazer nada nos ensina. Quando eles estão descansando, não fazem outra coisa. Não ficam pensando mil coisas como nós, humanos. Isso nos levar a pensar sobre a importância de também esvaziar a mente em alguns momentos, e não separar corpo e mente como muitas vezes fazemos quando o corpo está parado e a cabeça não.
E não para por aí. Os gatos também possuem uma capacidade de superação invejável. Enquanto nós, humanos, nos deixamos consumir pelos nossos medos por muito tempo, levando até projeções para o futuro, nos impedindo de viver um dia de cada vez, os gatos vivem o medo só nos momentos que se sentem em perigo. Eles não prolongam esse sentimento.
Quem não conhece gatos sempre destaca muito a independência e a capacidade dos mesmos de ficarem sozinhos. Isso é verdade. Mas o amor de gato só é reconhecido e destacado por quem tem um.
Eles são amáveis, carinhosos, companheiros e confiantes do jeito deles. O que precisamos entender é que os eles não curtem excessos. Tudo tem limite, até mesmo os momentos de carinho e prazer.
Os gatos inspiram. Os gatos nos mostram que devemos levar uma vida mais leve, sem nos consumirmos pelas preocupações a ponto de adoecermos. E assim, além de companheiros, eles são sinceros.
Os pelos macios, as almofadinhas das patas andando sobre nós, o ronronar que é a forma de demonstração da felicidade deles e que nos acalma, a mistura de serenidade e mistério no olhar, nos proporciona tranquilidade e felicidade.
Temos muito o que aprender com os gatos.