Imagem importa você querendo ou não, achando bom ou ruim; todo mundo vai emitir uma opinião (ou um julgamento) sobre você de acordo com a forma como você se apresenta
"A Diplomata" estreou a segunda temporada na Netflix e vem dando o que falar, não só pela trama, mas porque abre espaço para a gente discutir sobre como a nossa imagem e a forma como nos apresentamos importam.
Não vou te falar muito da série porque sequer assisti, para ser bem honesta, mas sei que muito tem se discutido sobre a imagem pessoal da protagonista Kate Wyler, interpretada pela atriz Keri Russell – e de imagem pessoal eu entendo bastante.
O que sei é que Wyler é uma diplomata norte-americana em solo britânico e que ela desempenha o trabalho de forma excepcional, sendo reconhecida pela alta habilidade em resolver conflitos globais.
No entanto, a imagem dela não condiz com a própria capacidade. Sim, eu sei que você vai pensar: ela é uma profissional incrível, isso não deveria ser uma questão. Eu concordo, mas, infelizmente, a gente não sai por aí com nosso currículo pendurado no pescoço. Nossas habilidades e competências intelectuais não estão de fácil acesso até que a gente as demonstre, e é por isso que a imagem é tão importante.
É ela quem inicia conversas e corta etapas a respeito de quem somos. Se vestir de acordo com a nossa mais pura essência e com como queremos nos apresentar é que vai fazer com que as pessoas, a sociedade, sei lá quem, nos leia muito próximo da forma como queremos ser percebidos.
A protagonista da série se veste de forma modesta, discreta, a fim de comunicar o mínimo possível sobre si, e isso é um tiro que sai pela culatra: a forma como ela se veste comunica exatamente o contrário. Como já te disse aqui neste texto, não sei muito bem o que acontece, mas imagino que em algum momento a capacidade dela seja questionada justamente pela forma como ela se veste e se apresenta.
Isso não quer dizer que você precise ficar obcecado por isso, nem que você precise de roupas caras, andar de salto o tempo inteiro ou gastar todo o dinheiro com salão/barbearia. Inclusive, a autora Naomi Wolf trata isso de forma primorosa (não gosto dela, mas aqui preciso dar a César o que é de César) nos seus escritos sobre como o patriarcado exige isso que nos mantenha ocupadas e inoperantes. Não é disso que eu tô falando.
Você não precisa se fantasiar de alguém que você não é e não quer ser, mas se você se importa com a sua profissão e a sua reputação, você também precisa se importar com a sua imagem.
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora