A agenda econômica desta semana começa hoje com foco no exterior. Nesta segunda-feira, será divulgado o PIB da China relativo ao quarto trimestre do ano passado.
A expectativa do mercado é que a economia chinesa tenha apresentado, em outubro-novembro-dezembro de 2022, um crescimento de 1,6%, o que significará um forte recuo em comparação com o trimestre anterior, que teve incremento de 3,9%, e tudo isso tem a ver com a política de Cobvid Zero, que não existe mais.
Nos Estados Unidos, os olhos e os ouvidos do mercado estarão voltados para a divulgação, na quarta-feira, 18, dos índices das vendas do varejo, da atividade industrial e do Índice de Preços ao Produtos. No dia seguinte, serão publicados os números relativos ao mercado imobiliário norte-americano, um dado importante que mede a atividade econômica do país.
Na Europa, o fato mais importante acontecerá na quarta-feira, quando será divulgado o índice de inflação ao consumidor no Reino Unido e, também, na Zona do Euro. No Reino Unido, a expectativa é de que a inflação de dezembro tenha registrado uma redução de 0,3%; na Zona do Euro, estima-se uma alta também de 0,3%.
Aqui no Brasil, estão no radar o desdobramento do pacote de medidas anunciado na semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tentar reduzir o déficit das contas públicas neste ano, que é de R$ 231 bilhões.
O pacote de Fernando Haddad prevê não só a drástica redução desse déficit, mas a sua transformação em superávit. O pacote de Haddad fala bastante em aumento de receitas, mas muito pouco sobre corte de despesas, e isto preocupa o mercado, que vê com ceticismo as medidas anunciadas. Mas a intenção é boa, e este é o lado bom da questão.
Amanhã, dia 17, será divulgado o índice de inflação deste mês de janeiro medido pelo IGP-10. Para os economistas do Banco Itaú, esse índice deverá vir com alta de 0,2%.
Na quinta-feira, serão divulgados os números da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD), que revela a situação do emprego formal e informal no país. Prevê-se uma redução de 0,2% na taxa de desemprego, que pode cair para 8%, a mais baixa taxa desde 2019.
Mas o que continuará no radar dos agentes econômicos é o escândalo da gigante varejista Americanas, que se descobriu com um rombo de R$ 20 bilhões em suas contas. A Justiça deu um prazo de 20 dias para que a empresa entre com um pedido de Recuperação Judicial. Durante esse prazo, não serão aceitas quaisquer ações judiciais pedindo a falência da Americanas.
No sábado, o Banco BTG Pactual entrou com um recurso na Justiça, pedindo a reversão do bloqueio dos ativos da Americanas, mas o pedido foi negado. Os advogados do BTG acusaram a Americanas de praticar uma fraude.
As dívidas da Americanas, incluindo o rombo de R$ 20 bilhões, é calculada em R$ 40 bilhões. Só com o BTG Pactual essas dívidas alcançam R$ 2,3 bilhões, segundo informou o Valor Econômico.
A rede de lojas Americanas dá emprego direto a mais de 40 mil pessoas em todo o país