Ontem foi um dia de festa na Bolsa de Valores brasileira B3, que subiu 4,29%, chegando aos 106.213 pontos.
Desde outubro do ano passado a Bolsa não registrava uma alta tão expressiva. E o dólar teve uma queda forte, fechando cotado a R$ 5.
Qual foi o motivo dessa alta? Foram três as causas da excelente performance da B3 no dia de ontem.
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A primeira foi a divulgação do IPCA, índice oficial da inflação brasileira, relativo ao mês de março passado, que veio abaixo do esperado pelo mercado.
A segunda causa foi o anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que ainda nesta semana o texto da proposta do novo arcabouço fiscal será enviado ao Congresso Nacional.
E a terceira causa foi outra iniciativa do ministro Fernando Haddad, que transmitiu ao Fundo Monetário Internacional (o FMI), uma carta na qual assume o compromisso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de trabalhar pela austeridade fiscal, o que quer dizer buscar o equilíbrio das contas públicas e, principalmente, a meta de superávit fiscal em 2024.
Comecemos pela inflação. Ela desceu de 0,84% em fevereiro para 0,71% em março. Anualizada, ou seja, nos últimos 12 meses, o IPCA caiu de 5,60% para 4,65%, emitindo um forte sinal para o Banco Central, cujo Comitê de Política Monetária, o Copom, passou a ter um motivo para – quem sabe? – reduzir em 0,25% a taxa básica de juros Selic, que desde agosto do ano passado está em 13,75% ao ano.
A notícia alegrou os investidores, pois lhes deu a perspectiva de que, finalmente, os juros poderão começar a cair ainda neste semestre, algo que, porém, só a autoridade monetária decidirá na próxima reunião do Copom, nos dias 2 e 3 de maio.
A boa informação que veio com a queda do IPCA foi a de que os núcleos do índice mostraram queda, revelando que as medidas contracionistas do Banco Central estão surtindo efeito.
Recentemente, o presidente do Banco Central, economista Roberto Campos Neto, disse que são as expectativas que farão descer os juros, e agora essas expectativas se abrem com a queda do incide de inflação.
De acordo com o IBGE, o IPCA de março só não veio menor porque ele capturou a volta da cobrança dos impostos federais na venda dos combustíveis, impactando negativamente o índice.
Mas, no próprio mercado, há vozes cautelosas, alertando para o fato de que a autoridade monetária deverá esperar mais um ou dois meses para ver como se comportará a inflação, se o IPCA manterá, em abril e maio, a desaceleração registrada no mês de março.
Mas o otimismo impulsionou o pregão de ontem, e até o dólar se desvalorizou diante do real.
Outro dado positivo a ser salientado foi a volta de investidores estrangeiros à Bolsa brasileira. Neste mês de abril, até a última quinta-feira, o saldo de entradas e saídas na B3 estava positivo em UDS$ 665 milhões.
No meio do dia de ontem, o que já era bom ficou melhor, quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse que o texto final da proposta do arcabouço fiscal será enviado até sexta-feira para análise do Congresso Nacional.
Ele também revelou que, em nome do governo brasileiro, enviou carta ao FMI prometendo executar uma política de rigor fiscal, o que quer dizer que o gasto público obedecerá ao limite de 70% das receitas.
Ontem, as ações da Vale valorizaram-se 5,3%, enquanto as ordinárias da Petrobras tiveram alta de 4,3%, e as preferenciais, alta de 4,5%.
Os papéis das empresas aéreas Azul e Gol também tiveram forte valorização por causa da queda do dólar: os da Azul subiram 13,81% e os da Gol aumentaram 17,13%.
Também se valorizaram as ações do grupo cearense Hapvida, que subiram 12,77%, fechando o dia cotadas a R$ 2,65.
Na manhã de hoje, quarta-feira,, 12, o preço internacional do petróleo está em alta. O petróleo do tipo Brent, importado pela Petrobras e negociado na Bolsa de Londres, tem alta de 0,12%, cotado a US$ 85,71.
E as bolsas europeias abriram hoje no vermelho, aguardando a divulgação do índice de inflação do mês de março nos Estados Unidos, que srá divulgado no começo da tarde.
O presidente Lula e sua comitiva de ministros, entre os quais o da Fazenda, Fernando Haddad, desembarcam em Pequim para uma visita de estado.
Da comitiva presidencial faz parte o governador do Ceará, Elmano de Freitas.
Lula e seu colega chinês Xi Jinping assinarão vários acordos comerciais. Os dois reunir-se-ão na sexta-feira, em Pequim.