Circulou ontem no mercado financeiro um relatório elaborado por um economista do City Bank, no qual ele aconselha a Petrobras a desistir de investir em projetos de geração de energia eólica offshore, ou seja, dentro do mar.
De acordo com esse relatório, o Brasil 1) não está precisando de energia neste momento, pois há uma superoferta desse insumo, 2) são altíssimos os custos de implantação desses projetos, e 3) ainda há muito o que explorar na geração eólica onshore, isto é, em terra firme, onde a geração solar fotovoltaica também tem muito espaço a ser explorado.
Coincidentemente com a divulgação desse relatório, a Petrobras comunicou em nota que, por enquanto, ela e a norueguesa Equinor apenas estão fazendo estudos de viabilidade econômica sobre a possibilidade de gerar energia eólica dentro do mar.
Esta coluna pode informar que a mesma opinião do City Bank é também expressada por alguns dos maiores investidores brasileiros em energias renováveis.
Um deles, pedindo o anonimato, assegura que a geração offshore só deve acontecer quando estiverem esgotadas todas as possibilidades no continente e quando os custos de implantação e operação dos projetos tiverem sido grandemente reduzidos.
Por enquanto, do ponto de vista financeiro, isso é inviável.
Surge a pergunta: o que acontecerá com os mais de 30 projetos que estão hoje no Ibama, em Brasília, aguardando análise para o licenciamento ambiental? Só os de interesse do Ceará são mais de 10.
Mas é importante dizer que há um forte lobby contra os projetos de geração eólica offshore. Esse lobby é integrado por grandes e médias empresas e empresários que investem em projetos de geração eólica ohshore.
O relatório do City torna-se, pois, um grande aliado desse lobby.