Boa expectativa em torno do novo arcabouço fiscal faz subir a Bolsa

O anúncio deve acontecer antes da próxima reunião do Copom – o Comitê de política Monetária do Banco Central, marcada para os próximos dias 21 e 22 deste mês.

Legenda: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, promete novo arcabouço fiscal para este mês, antes da reunião do Copom
Foto: Agência Brasil

Há tanta expectativa positiva em torno da proposta de um novo arcabouço fiscal, cujo anúncio foi prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para este mês, que se criou um clima de esperança no mercado financeiro. 

Ontem, a Bolsa de Valores B3 fechou em boa alta de 2,22%, aos 106.540 pontos, enquanto o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,14, com queda de 1,02%.

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Nas bolsas dos Estados Unidos, o movimento foi misto: o Índice Dow Jones caiu 0,18%, enquanto o S&P avançou 0,14% e o Nasdaq, que negocia ações das empresas de tecnologia, cresceu 0,40%. 

As bolsas norte-americanas continuam digerindo a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Power, que na véspera sinalizou para um novo aumento da taxa de juros na reunião deste mês do Banco Central de lá. 

Além disso, os números do Relatório Nacional de Emprego, divulgado ontem, trouxeram a informação de que, em fevereiro, foram criados mais 242 mil novas vagas de trabalho, bem acima dos 119 mil que o mercado esperava. Isto prova, mais uma vez, que a economia dos Estados Unidos segue bombando, o que mantém alta a inflação, ao redor de 6,% ao ano, maior do que a do Brasil.

No pregão de ontem da Bolsa brasileira B3, subiram praticamente todas as ações que compõem o índice Ibovespa, e isto tem a ver com a boa expectativa do anúncio do novo arcabouço fiscal, que deve acontecer antes da próxima reunião do Copom – o Comitê de política Monetária do Banco Central, marcada para os próximos dias 21 e 22 deste mês. 

O otimismo do mercado pode ser referenciado pela queda da curva dos juros futuros. Os Depósitos Interbancários (DIs), que são os empréstimos entre os bancos, para 2024, caíram para 13,08%; os DIs para 2025 recuaram para 12,37%.

A taxa básica de juros Selic está em 13,75%, e deve permanecer assim por mais algum tempo, até que fique bem clara a política fiscal do governo.

No dia de ontem, surpreendeu a informação de que a Guararapes, gigante do setor industrial de confecções, teve, no quarto trimestre de 2022, um lucro de apenas R$ 102,2 milhões, ou seja, 66,4% menor do que o obtido no mesmo trimestre de 2021. 

Ao longo de todo o ano passado, o lucro da empresa potiguar foi ainda menor, de somente R$ 51,9 milhões, um recuo de 88,5% em relação a 2021.

A receita líquida da Guararapes no quarto trimestre de 2022 – outubro, novembro e dezembro – foi boa, alcançando a cifra de 2,5 bilhões, um crescimento de 4% em relação ao mesmo período de 2021. 

Deve ser lembrado que, para reduzir custos e superar as dificuldades financeiras, a Guararapes, com sede em Natal, fechou sua fábrica de Fortaleza, demitindo cerca de duas mil pessoas.

Por sua vez, a Construtora Moura Dubeux, com sede em Recife e forte atuação em Fortaleza, publicou seu balanço financeiro relativo ao quarto trimestre do ano passado, com lucro líquido de R$ 10,2 milhões, uma queda de 28,7% em relação ao mesmo período de 2021. 

Mas, ao longo de todo o ano passado, a Moura Dubeux obteve um lucro de R$ 105 milhões, um crescimento de 23,7% comparado com o do mesmo último trimestre de 2021.

O balanço financeiro da construtora pernambucana revela que seu Valor Geral de Vendas (VGV) no quarto trimestre de 2022 foi de R$ 560 milhões, um incremento de 208,4% se comparado com o mesmo trimestre de 2021.