Regaseificação: Portocém injeta otimismo no Governo do Ceará

A Shell, que fornecerá o gás natural para a UTE da Portocém, poderá projetar, construir e operar uma usina de regaseificação em terra firme no Complexo do Pecém. Leia mais: Arce reconhece capacidade econômica e financeira da Cagece

Legenda: A Usina Termelétrica da Portocém será construída em terreno da ZPE-Ceará
Foto: Divulgação / ZPE-Ceará

Há um crescente otimismo no Governo do Ceará com a próxima chegada aqui do consórcio Portocém, integrado por empresas dos Estados Unidos apoiadas pelo Denra – um fundo norte-americano de Investimentos em Energia - que construirá uma Usina Termelétrica (UTE) movida a gás natural no Complexo do Pecém, cuja capacidade será de 1,5 GW (gigawatts). 

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O otimismo das autoridades do governo cearense tem uma causa: a grande possibilidade de retomada de um antigo projeto de instalação de uma usina de regaiseficação no Pecém, capaz de abastecer não só o Ceará, mas também os demais estados nordestinos. 

O consórcio Portocém foi o ganhador do leilão de energia realizado em dezembro do ano passado pela Aneel, cuja homologação pelo Ministério de Minas e Energia está marcada para o próximo dia 11 de abril. 

A multinacional holandesa Shell, que fornecerá o gás natural à futura UTE da Portocém no Pecém, poderá, ela mesma, projetar, construir e operar, em terra firme e não em uma unidade flutuante (navio), uma indústria de regaseificação do gás natural liquefeito a ser importado. 

A Shell e a Portocém, todavia, mantêm-se em silêncio sobre este assunto, que, segundo uma fonte ligada ao Palácio da Abolição, tem alta importância estratégica para a economia cearense. 

A mesma fonte disse a esta coluna que, enquanto o leilão vencido pelo consórcio norte-americano não for homologado, nenhuma opinião será emitida a respeito do projeto. 

Paulo Monteiro, um engenheiro e empresário sul mato-grossense desenvolvedor de projetos de energia e coordenador do vitorioso consórcio Portocém, com estreita relação pessoal com empresários e autoridades do Governo do Ceará, não quis falar sobre a possibilidade de a Shell investir na construção de uma usina de regaseificação no Pecém. 

Todas as informações levantadas por esta coluna indicam que esse empreendimento será tocado pela Shell em parceria com a Portocém..

Em mensagem à coluna, Paulo Monteiro confirmou que, dentro de duas semanas, virá a Fortaleza para novas reuniões com o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Governo do Estado, engenheiro Maia Júnior, e com a direção da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), que administra, também, a ZPE Ceará, em cuja geografia a UTE da Portocém será construída numa área de 150 hectares.
 
A coluna quis saber de Paulo Monteiro se as consequências da guerra na Ucrânia, com implicações diretas no mercado mundial de petróleo e gás, poderiam retardar o cronograma de implantação da UTE da Portocém no Ceará. Ele respondeu: 

“Não há nem haverá qualquer complicação”, sinalizando que a Portocém e a Shell têm outras alternativas para garantir o suprimento do gás natural que moverá a futura termelétrica, em cuja implantação o consórcio norte-americano investirá o equivalente a R$ 4,2 bilhões. 

A fonte desta informação fez questão de lembrar o antigo relacionamento do empresário Paulo Monteiro com o Ceará – foi ele quem coordenou todo processo de elaboração do projeto da UTE da Portocém e sua vitoriosa participação no leilão da Aneel.

Foi ele, também, quem, como diretor da extinta MPX, de Eike Batista, comandou a instalação de três usinas de energia aqui, incluindo a UTE Pecém 1 e Pecém 2, movidas a carvão natural, que, juntas, geram mais de 1,3 mil MW, e a unidade-piloto de geração solar fotovoltaica em Tauá, na Região dos Inhamuns, com capacidade de 1 GW, todas em plena operação.

“Paulo Monteiro merece uma estátua dos cearenses pelos grandes investimentos que ele já trouxe para o Ceará”, sugeriu a mesma fonte.  

CORREIOS: LUCRO PELO 3º ANO CONSECUTIVO

No exercício de 2021, os Correios registraram lucro recorrente histórico de R$ 3,7 bilhões, superando em 101% o de 2020. Foi o terceiro resultado positivo em três anos consecutivos. 

A empresa apurou, ainda, uma evolução de 113% no indicador financeiro Ebitda (traduzida como lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ou seja, um saldo de R$ 3,1 bilhões.  Foram os melhores índices registrados nos últimos 22 anos. 

A curva ascendente apresentada nas demonstrações contábeis, em conjunto com os resultados expressivos anunciados em 2020 e 2021, reflete o êxito do projeto de recuperação financeira e de sustentabilidade econômica executados pela atual gestão dos Correios, sob supervisão do Governo Federal.

ARCE CONFIRMA SAÚDE ECONÔMICA E FINANCEIRA DA CAGECE

Festa na Cagece, que recebeu, ontem, da Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce) a confirmação de sua capacidade econômico-financeira. 

Após analisar todos os documentos encaminhados em dezembro pela empresa, o Conselho Diretor da Arce confirmou, por unanimidade, a competência da Cagece para se manter cumprindo os contratos de prestação de serviços.

Feliz com a decisão da Arce, o presidente da companhia, Neuri Freitas, afirma que a confirmação foi fruto do trabalho de sua governança, que vem há longa data, antes mesmo do Novo Marco Regulatório. Ele detalhou:

“A governança trabalha para alcançar a melhor prestação de serviços e a universalização há muito tempo. Para exemplificar, nós já temos 99% de cobertura de abastecimento de água na zona urbana e isso é uma meta que está na lei apenas para 2033. Quanto ao esgotamento, antes do Novo Marco, já tínhamos todo o planejamento para universalizá-lo por meio de uma PPP, como recomendou estudo do BNDES. Além disso, tivemos diversos contratos firmados a longo prazo, estrutura garantida para realizar os investimentos e dar conforto aos financiadores”.