Radiação de Itataia é menor do que Raio X do dente

No Projeto de exploração e beneficiamento da jazida de Itataia, não haverá enriquecimento de urânio, como assegurou Rodolfo Galvani, diretor da Galvani, empresa que executará as obras

Legenda: O projeto de beneficiamento da mina de fosfato de Itataia fornecerá 25% da demanda nordestina por fertilizantes
Foto: Shutterstock

Técnicos do Ibama, em Brasília, analisam o projeto de construção da indústria que beneficiará o fosfato (99,8%) e o urânio (0,2%) da jazida de Itataia. 

Desse beneficiamento sairão 25% da demanda do Norte e Nordeste por fertilizantes fosfatados e 50% da demanda por fosfato de bicálcico. 

Além disso, a unidade industrial a ser construída ao lado da reserva mineral simplesmente porá fim à importação de concentrado de urânio, abrindo caminho para a exportação da produção excedente. 

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“Esse projeto dará uma extraordinária contribuição ao desenvolvimento econômico e social do Ceará, pois permitirá, entre outras coisas, que três comunidades da zona rural de Santa Quitéria, nas proximidades de Itataia, ganhem de presente do empreendimento uma adutora que lhes abastecerá de água”, como disse à coluna o agropecuarista Cristiano Maia, um dos 15 empresários com os quais se reuniu segunda-feira Rodolfo Galvani Júnior, diretor de projetos da Galvani e responsável pela execução das obras.

Mas movimentos sociais e ONGS ambientalistas mobilizam-se em Santa Quitéria e municípios vizinhos no sentido de impedir que a unidade beneficiadora do fosfato de Itataia seja instalada, alegando que a população da área será afetada pelos efeitos da radiação do urânio.
 
Esta coluna ouviu de Rodolfo Galvani Júnior a informação de que o urânio, “em seu estado natural, na forma como é encontrado na natureza, tem baixa emissão de radiação”. E acrescentou um dado importante:

“No Projeto de exploração e beneficiamento da jazida de Itataia, não haverá enriquecimento de urânio”, disse ele.

Também acrescentou que os níveis de radiação “não serão prejudiciais à saúde dos trabalhadores e das pessoas que residem em localidades vizinhas à jazida, uma vez que as doses geradas serão controladas para que não ultrapassem o limite seguro estabelecido pela CNEN” (Comissão Nacional de Energia Nuclear). 

A CNEN estabelece limites seguros para essas doses, que são medidas em milésimos de Sievert-mSv (unidade que mede os efeitos biológicos da radiação; o limite seguro para os trabalhadores é de 20 mSv por ano – vale repetir, por ano. O limite seguro para os vizinhos é de 1 mSv por ano. 

“Em termos comparativos, e para que se tenha uma ideia do que essas doses significam, vale informar que só uma tomografia computadoriza do tórax tem dose de 6 a 18 mSv; uma simples e rápida mamografia tem dose de 3 mSv; o instantâneo Raio X de um dente tem 1,6 msV”, explicou Galvani aos empresários.