E ontem, a Bolsa de Valores B3 teve um dia de plena alegria: ela subiu 2,08%, aos 111.439 pontos, enquanto o dólar desceu 0,84, fechando o dia cotado a R$ 5,10. Desta vez, foram boas notícias do exterior que causaram a alta da bolsa, que se descolou de Wall Stree: as bolsas norte-americanas fecharam em queda.
A boa performance da bolsa brasileira foi motivada pela divulgação dos números do crescimento do PIB da China, que avançou 2,9%, bem acima do que o mercado esperava. E o mercado esperava uma alta de 1,8%.
O PIB chinês fechou o ano de 2022 na marca dos US$ 17,9 trilhões, 3% a mais do que o PIB de 2021. Isto foi o bastante para causar o aumento dos preços das commodities, entre as quais o minério de ferro e o petróleo.
As ações da Vale e da Petrobras, consequentemente, tiveram ganhos no pregão de ontem da Bolsa 3, puxando o Índice Ibovespa para mais de 2% de alta.
As ações da Petrobras subiram mais de 7%.
Mas também colaboraram para essa alta as declarações feitas ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, se reuniu com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que prometeu toda ajuda técnica da instituição ao plano da âncora fiscal do governo brasileiro.
Segundo Haddad, a dirigente do FMI mostrou preocupação com a sustentabilidade política do Brasil, o que lhe parece muito bom, pois “não adianta ter regra fiscal que não leve em conta a responsabilidade social”. Haddad disse que é na democracia que as pessoas decidem o destino de sua vida pelo voto.
O ministro da Fazenda informou que se reuniu com o seu colega da Colômbia, Antonio Ocampo, com quem conversou sobre a criação de um Bloco Regional para unir os países latino-americanos e do Caribe.
Ele disse que em um mundo onde a geopolítica está bem dividida em blocos – como Estados Unidos, Europa e China – é preciso que o continente latino-americano e os países caribenhos estejam integrados para negociar melhor e com mais força com os outros blocos políticos e econômicos.
Haddad disse que, nas suas conversas em Davos com empresários internacionais, observou que há uma disposição de investimentos no Brasil, mesmo porque – explicou ele – "o país está de volta ao debate sobre democracia, meio ambiente e sustentabilidade política”. E de novo prometeu que, ainda neste semestre, o governo encaminhará ao Congresso “reformas que darão segurança à comunidade inyternacional”.
Enquanto isso, prossegue a novela em que se transformou o escândalo da Americanas, em cujas contas foi descoberto um rombo de R$ 20 bilhões que já chegou aos R$ 40 bilhões e que ainda não tem indicação de como será resolvido.
Os bancos credores estão entrando com recursos na Justiça, tentando receber o que a Americana lhes deve. E essa dívida chega aos R$ 40 bilhões.
A última informação desse escândalo revela que, no ano passado de 2022, os acionistas da Americanas – entre os quais os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – receberam R$ 333 milhões em dividendos.
Ou seja, a empresa tinha um rombo de R$ 20 bilhões, mas dava lucro e pagava altos dividendos aos seus acionistas. Estamos, pois, diante de um escândalo.