Nova gestão da Federação da Agricultura faz demissões

Diretora Administrativa e Financeira da Faec, com 27 anos de casa, foi substituída por advogado que ajudou a eleger a nova diretoria da entidade. Justificativa: "Havia altos salários. Estamos ajustando tudo às limitações do orçamento".

Legenda: Logomarca da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec)
Foto: Divulgação

“Havia salários muito altos e agora, com os ajustes adotadas, estamos recompondo nossa equipe, adequando-a às limitações do nosso orçamento” – disse a esta coluna Sérgio Oliveira, superintende do capítulo cearense do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-Ceará), um organismo da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), que está. desde segunda-feira, 3, sob nova administração 

Ele disse que, com o salário de um só, “poderemos contratar três”.

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Instado pela coluna, Sérgio Oliveira deu explicações sobre as demissões que estão ocorrendo no quadro de servidores da Federação da Agricultura. 

Superintendente do Senar-Ceará durante quatro anos, no tempo em que o presidente da Faec era o falecido Flávio Sabóya, tendo sido exonerado do cargo em maio do ano passado, Sérgio Oliveira retomou, agora, sua antiga posição.

Um dos demitidos pela nova gestão da Faec foi a antiga diretora Administrativa e Financeira da entidade, Francileite Furtado, que tinha 27 anos de casa.

Outros funcionários que ocupavam cargos comissionados também foram dispensados.

“Informada de que perderia o cargo comissionado, retornando à condição de funcionária, ela decidiu pedir demissão”, explicou Sérgio Oliveira. 

Para o lugar de Francileite Furtado, foi designado o advogado Diego Trindade, que teve destacada atuação durante a campanha que levou, em novembro passado, à eleição do agropecuarista Amílcar Silveira à presidência da Faec. 

Trindade, segundo seu currículo, tem formação em Tributação e Contabilidade no Agronegócio pela Associação Paulista de Estudos Tributários; em Tributação no Agronegócio pela Fundação Getúlio Vargas; tem Curso de Recuperação Judicial de Empresas pelo INSPER/SP; Curso de Finanças para Executivos pelo INSPER/SP; em Gestão Econômica e Financeira de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas.
 
Ele é pós-graduado em Direito Ambiental pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e graduado em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco, de Campo Grande (MS).

A nova administração da Faec criou um Grupo de Trabalho, liderado pelo ex-secretário de Agricultura Irrigada, Carlos Matos, que está finalizando a elaboração de um Plano Estratégico que privilegiará as ações do Senar, cujo objetivo é prestar assistência técnica e fornecer formação profissional ao produtor rural cearense. Para isto o foco será na qualidade e não mais na quantidade, como disse Carlos Matos à coluna.

Esta coluna apurou, também, que há, neste momento, uma disputa interna na Faec pela indicação de pessoas que representarão a entidade em diferentes conselhos de organismos do “Sistema S” – como o Sebrae, o Sesc/Senac e o Sesi/Senai – cujos jetons variam de R$ 1 mil a R$ 15 mil. 

Na Faec há, claramente, um lado oposicionista, que fará severa vigilância sobre a gestão do novo presiente da entidade, Amílcar Silveira. Por outro lado, a nova diretoria conta o apoio da maioria dos sindicatos asssociados à Federação e, também, das lideranças da agropecuária cearense. Um apoio que poderá perder-se se não forem cumpridas as promessas de campanha da chapa eleta no pleito de novembro de 2021.