Embaladas pelo que chamam de “bom momento do agronegócio no Ceará”, as empresárias Rita Granjeiro, dona da Fazenda Granjeiro que produz coco, água de coco e feijão verde durante o ano todo em Paraipaba, no Norte do estado, e Candice Rangel, criadora de cavalos e bois de alta linhagem em Brejo Santo, na região do Cariri, estão entusiasmadas com o desenvolvimento da economia primária cearense.
Elas integram, destacadamente, a lista das novas lideranças empresariais da agropecuária cearense, que se reuniram durante todo o dia de ontem na sede da Federação da Agricultura (Faec).
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“Estamos vivendo um novo tempo da atividade rural no Ceará, e isto se deve, primeiro, à radical mudança por que passou e segue passando a nossa entidade, que elegeu como prioridade o agropecuarista e suas aspirações; segundo, à união dos produtores rurais em torno de nossas causas”, como disse à coluna Candice Rangel.
Indagada sobre desde quando frequenta e participa das reuniões da Faec e se lhe agradam as discussões internas em um ambiente majoritariamente masculino, a fazendeira Rita Granjeiro respondeu assim:
“Estou aqui desde quando Amílcar Silveira se elegeu presidente da Federação, que antes não existia como entidade de defesa do agro cearense. E dou meu testemunho: a voz das mulheres na Faec tem a mesma força e vale tanto quanto a voz dos homens.”
O presidente da Faec não esconde seu entusiasmo com a ativa participação feminina nas reuniões de sua diretoria plena.
“Não tenho dúvida de que, no curto prazo, elas assumirão papel de protagonistas na Federação da Agricultura”, prevê Amílcar Silveira.
Ontem, no meio dos 62 presidentes de sindicatos rurais associados à Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará, destacavam-se a presidente do Sinrural de Barreiras, apicultora e produtora de caju Eleneide Brilhante; a presidente do Sinrural de Senador Pompeu, Elizabeth Medeiros, a Betinha, também apicultora e criadora de ovinos e caprinos; e a presidente do Sinrural de Brejo Santo, a pecuarista Candice Rangel.
A presença feminina no organograma da Faec ainda é pequena. São 62 sindicatos rurais associados, cada um dos quais com 13 posições hierárquicas em sua diretoria, o que totaliza 806 posições, das quais apenas 64 são ocupadas por mulheres.
Mas isto mudará no curtíssimo prazo. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) acaba de criar a Comissão Nacional das Mulheres do Agro, cuja atuação se fundamenta em três objetivos: 1) Aumentar a representatividade feminina nos sindicatos; 2) Desenvolver lideranças de mulheres no agronegócio; e 3) Fomentar a participação das mulheres nas pautas de interesse do setor.
A CNA instruiu suas federações no sentido de que constituam também sua Comissão Estadual das Mulheres do Agro, e a Faec já constituiu a sua, que terá a participação de oito produtoras rurais sindicalizadas.
A Faec tem duas representantes na Comissão Nacional das Mulheres do Agro: Rita Granjeiro e Ivonisa Holanda, que integra os quadros técnicos da Faec e que transmite à coluna uma informação em primeira mão:
Na Pecnordeste deste ano, que se realizará no Centro de Eventos do Ceará de 15 a 17 de junho, haverá o I Encontro das Mulheres do Agro Cearense, que terá a participação, como palestrantes, da maior produtora de soja do Piauí, Ani Sanders, superintendente do Grupo Progresso; da nova superintendente do Banco do Nordeste no Ceará, Eliane Brasil; da pesquisadora da Embrapa Aline Teixeira; da vice-presidente do Complexo do Pecém, Rebeca Oliveira; e da diretora do Sítio Barreiras (maior produtor de bananas do Nordeste), Cristiane Martinazzo.
A Pecnordeste – que é a maior feira da pecuária nordestina – baterá em 2023 todos os seus recordes: maior número de expositores (mais de 400), maior número de visitantes (esperados mais de 50 mil ao longo dos três dias), maior área de exposição – ocupará todo o piso térreo do Pavilhão Oeste do Centro de Eventos.