Agro cearense tem de praticar o cooperativismo, diz Carlos Matos

Ele integrou missão da Federação da Agricultura que visitou as grandes cooperativas do Paraná. E salientou que o governo do estado quer ajudar o agro do Ceará a dar um salto de qualidade

Legenda: Missão da Faec posa na Frimesa, cooperativa paranaense que abate por dia 15 mil suínos de 150 k cada um.
Foto: Faec / Divulgação

Para Carlos Matos, ex-secretário de Agricultura Irrigada do governo do Ceará e hoje consultor empresarial na área do agronegócio, os quatro dias de intensa atividade da missão empresarial da Federação da Agricultura (Faec), que visitou de segunda à quinta-feira desta semana as maiores cooperativas de crédito e de produção do Paraná “foi uma extraordinária experiência, da qual extraímos uma conclusão: para alcançar um nível maior de desenvolvimento, o agro cearense tem de praticar, e no curtíssimo prazo, o cooperativismo”.

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Falando hoje a esta coluna, Carlos Matos reconheceu para, para implantar o modelo de associativismo como o do Paraná, “haverá dificuldades a enfrentar, mas é preciso salientar que muitas das cooperativas de lá começaram com apenas 20, 30 cooperados e hoje têm 8 mil, como a Coopacol, que reúne, entre outros, produtores de tilápia que, na época do inverno, têm dificuldade para produzir no frio, algo que não temos no Ceará, e esta é uma grande vantagem comparativa a nosso favor”.

De acordo com ele, o Ceará precisa de retomar sua produção de tilápia, um peixe altamente consumido pelas populações do Nordeste, do Sul e do Sudeste. 

“Há um grande mercado à disposição dos tilapicultores cearenses, mas temos de reconhecer que essa cultura depende da disponibilidade de água, e isto causa algumas restrições. Também devemos atentar para o fato de que o produtor independente perde muito em competividade. Ela precisa de um mínimo de cooperação e o cooperativismo surge como um modelo de negócio moderno e comprovadamente eficiente e como uma forma de fortalecer o pequeno e o médio produtores”, lembrou Carlos Matos.

Ele elogiou o presidente da Faec, Amílcar Silveira, que “tomou consciência da realidade de que as cooperativas têm um papel importante para o desenvolvimento da agropecuária brasileira, organizou uma missão empresarial que foi ao Paraná, viu o que se passa lá e agora está determinado a replicar no Ceará esse modelo paranaense de sucesso”. 

De acordo com Carlos Matos, a presença na missão do secretário Executivo do Agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Sílvio Carlos Ribeiro, “é uma clara demonstração de que o governo cearense está decidido a contribuir com o esforço da Faec no sentido de que o agro do Ceará dê mais um salto de qualidade”.

Finalizando, Carlos Matos informou que os que integraram a missão da Faec ao Paraná aprenderam muito sobre os modelos de negócios e sobre a visão de futuro do mercado.

“A maioria das cooperativas do Paraná e todas as que visitamos têm um planejamento estratégico claro para os próximos cinco anos. Chegamos a Curitiba com uma cabeça, e voltamos com outra completamente diferente”, concluiu o consultor.