Da Dinamarca, onde se encontrava ontem, o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet)do Governo do Ceará, engenheiro Maia Júnior, transmitiu a esta coluna uma mensagem otimista em relação ao futuro próximo dos projetos de geração de energia eólica offshore (dentro do mar) e de implantação do Hub do Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém.
Maia Júnior, que integrou, durante os últimos 10 dias, uma missão do Banco Mundial – que reuniu representantes de 24 países dos vários continentes (do Brasil, apenas o estado do Ceará foi convidado), disse que “foram dias intensos de estudos e de conhecimento de toda a cadeia econômica tanto das offshore quanto do H2V”.
Além de envolver uma gigantesca estrutura que está a mudar, rapidamente, a economia sustentável do mundo na área das energias renováveis, a geração eólica dentro do mar abre para o Ceará enorme perspectiva, uma vez que há, neste momento, quase 10 projetos cearenses em análise pelo Ibama, em Brasília.
Com a regulamentação da atividade das offshore no Brasil, o secretário Maia Júnior, que viajou na companhia de sua secretária Executivo da Indústria, Roseane Medeiros, não tem dúvida de que “o Ceará consolidará seu protagonismo nesse setor”.
A viagem organizada pelo Banco Mundial incluiu visitas a universidades, grandes empresas e grandes portos na Holanda, na Alemanha e na Dinamarca, todos envolvidos no esforço que a Europa desenvolve neste momento para produzir energia renovável e Hidrogênio Verde. A missão do Banco Mundial visitou também a Feira Mundial de Energias Renováveis, em Hamburgo.
Uma dessas visitas foi ao primeiro parque eólico offshore a ser implantado no Mar do Norte, em águas territoriais da Dinamarca. "Esse projeto é algo que impressiona pelo seu tamanho: são 111 torres implantadas dentro do mar, gerando energia pela força dos ventos", disse o secreáro.
“É impressionante o tamanho e o vigor dessa cadeia produtiva, que inclui serviços de engenharia, empresas de projetos, de consultoria e de bens para a montagem das torres offshore, dos eletrolisadores (que separam as moléculas do hidrogênio e da água). Conhecemos soluções de alta tecnologia que nos impressionaram e nos deram a certeza de que o Ceará percorre o caminho correto na direção dessa nova economia”, disse Maia Júnior.
Na sua opinião, “o Ceará será não só uma vanguarda como produtor de energia e de hidrogênio, mas também uma vanguarda tecnológica com muitas possibilidades de transformação para formar capital humano e fornecer assistência técnica e tecnológica a essa indústria que, com certeza, irá deslocar-se para o Brasil”.
Maia Júnior apontou, ainda, outras boas e grandes perspectivas, como na área do transporte marítimo para a montagem das torres eólicas dentro do mar no litoral cearense:
“São projetos que abrem uma cortina para empresas produtoras de torres, de pás, de naceles, de aerogeradores e de outros componentes, mas abrem também perspectiva para a indústria metalúrgica e siderúrgica. Aprendi muito nesta viagem, retornarei muito satisfeito com o que vi e com o que estou vendo em relação ao amanhã do Ceará, que está mesmo muito bem situado nesse contexto, está muito bem avaliado aqui na Europa por toda a cadeia de negócios. O Ceará encontrou o seu caminho, mas devo alertar que essa nova economia exige tempo para estabelecer-se. Até 2050, a economia mundial mudará radicalmente, e o Ceará precisa preparar-se para essa mudança. Mas posso assegurar que estamos avançados nessa preparação”, concluiu Maia Júnior.