Holandesa investirá US$ 2 bi para produzir amônia no Pecém

A Transhydrogen pretende iniciar a produção em 2025. Começará com 100 mil toneladas de amônia, que serão 1 milhão de toneladas até 2030.

Legenda: Todas as empresas estrangeiras e brasileiras convidadas pelo governo do Ceará compareceram ao workshop do Hub do H2V
Foto: Egídio Serpa

Mark McHugh, diretor da Transhydrogen Partnerschip Alliance, revelou nesta quarta-feira a esta coluna que sua empresa, com sede na Holanda, investirá US$ 200 milhões na construção de uma planta industrial para a produção de Amônia Verde no Complexo do Pecém. 

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Ele disse mais: o início da produção, que será de 100 mil toneladas/ano de amônia, “está agendado para 2025”.

E tem mais: McHugh anunciou que, após esse investimento, a Transhydrogen “expandirá modularmente sua unidade até alcançar uma produção anual de 1 milhão de toneladas de amônia”. 

Essa expansão, que será concluída em 2030, consumirá uma montanha de US$ 2 bilhões de recursos próprios da empresa. Mas esses valores, explicou ele, não incluem os custos com as energias renováveis, que serão fornecidas por empresas instaladas no Nordeste, incluindo o Ceará.

A Transhydrogen é uma das 12 empresas que celebraram Memorando de Intenção com o Governo do Ceará para instalar-se no futuro Hub de Hidrogênio Verde do Ceará, no Pecém e que participam, na manhã de hoje, no Centro de Eventos do Ceará, do 1º Workshop de Integração Governo-Empresas-Hub do H2V.

REUNIÃO DE TRABALHO – Esse workshop é, na prática, uma reunião de trabalho que junta as empresas estrangeiras que celebraram protocolo com o governo cearense, as empresas geradoras e fornecedores de energias renováveis, as fabricantes e fornecedoras de equipamentos para a geração de energia eólica “onshore” e “offshore” e todas as secretarias e organismos estatais com direta ligação com a impantação do Hub do H2V.

Os participantes estão divididos em seis grandes mesas redondas, cada uma tratando de assuntos diferentes. Por exemplo, há uma mesa que cuida das questões fundiárias, outra que trata de incentivos fiscais, mais outra que aborda as energias renováveis, sem esquecer a que cuida do licenciamento ambiental e a que se relaciona à logística.
 
Está presente todo o comando da CIPP S/A, que administra o Porto do Pecém e a ZPE. O presidente da empresa, Danilo Serpa, e sua diretora Comercial, Duna Uribe, que representa o Porto de Roterdã, são muito assediados, principalmente pelos estrangeiros. 

A Fiec, parceira do projeto do Hub, está representada pelo seu vice-presidente Carlos Prado, e a UFC, outra parceria,por um time de professores pesquisadores, que distribuíram, em QR Code, um arquivo com todas as suas pesquisas sobre Hidrogênio.

Na abertura da reunião, que é coordenada pelo secretário Executivo de Inovação da Casa Civil, Célio Fernando, o sócio da McKinsey & Company, uma das maiores consultorias do mundo, que é o moderador do workshop, João Guillaumon, citou, como grandes desafios a serem enfrentados pelo Brasil na produção de Hidrogênio Verde, a falta de linhas de financiamento em bancos de desenvolvimento, as incerteza quanto à demanda no longo prazo em termos de volume e preços e quanto ao papel das autoridades públicas ligadas à regulamentação e à fiscalização e, ainda, as lacunas nas normas técnicas para instalações de Hidrogênio e seu transporte, como por exemplo, a mistura de H2 em dutos.

O secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, Maia Júnior, lembrou, no seu pronunciamento, que o workshop foi idealizado pelo próprio governador Camilo Santana, que determinou a todos os órgãos “prioridade máxima” ao projeto do Hub do H2V. 

E chamou para o seu lado economista Célio Fernando, a quem apresentou como o responsável pela condução de todo o esforço governamental pela implantação do Hub.