Hidrogênio Verde: Fortescue fará amanhã audiência pública no Pecém

Empresa australiana já adquiriu área de 150 hectares para construir sua unidade de produção do H2V na ZPE-Ceará. Por sua vez, a brasileira Casa dos Ventos acelera seu projeto

Legenda: Fortescue e Casa dos Ventos correm para tornar-se as primeiras a produzir Hidrogênio Verde no Pevcém
Foto: Casa dos Ventos / Divulgação

Esta coluna tem a informação, transmitida por uma fonte da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), de que a Casa dos Ventos, comandada pelos empresários Mário Araripe – pai e filho – deverá ser a primeira a instalar uma unidade de produção de Hidrogênio Verde no Hub do Pecém. 

Segundo a mesma fonte, a Casa dos Ventos já tem tudo pronto, incluindo o projeto de engenharia, para iniciar o empreendimento, aguardando, apenas, a emissão do licenciamento ambiental, tarefa que cabe ao Ibama. 

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Mas amanhã, quarta-feira, 2 de agosto, das 10 às 12 horas, no campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) no Pecém, a gigante australiana Fortescue promoverá audiência pública para apresentar sua “Planta Fortescue de Hidrogênio Verde”, como está escrito no convite distribuído pela empresa em vários grupos sociais.

A Fortescue foi a primeira empresa a celebrar Memorando de Entendimento com o governo do Ceará para a construção de uma indústria de produção do H2V no futuro Hub do Hidrogênio Verde do Pecém. Para isto, aliás, já adquiriu uma área de 150 hectares na Zona de Processamento para Exportação -= a ZPE Ceará, onde ela será localizada.

Tanto a Casa dos Ventos quanto a Fortescue ainda aguardam que o Ibama emita o Licenciamento Ambiental para o início de execução dos seus projetos de proução do H2V no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

O Antigo Testamento adverte, no capítulo 2, versículo 3 do livro do Eclesiástico, que o homem fiel deve sofrer as demoras de Deus. No Brasil, quem quer e quiser investir no desenvolvimento econômico, social e tecnológico do país deve sofrer as demoras do Ibama.

A fonte da Absolar informou que a Casa dos Ventos dispõe de energia suficiente (solar fotovoltaica e eólica) – gerada no continente, isto é, em terra firme – para tocar seu projeto do H2V. Mas também mantém seus olhos voltados para a geração eólica offshore (dentro do mar), cujos custos, hoje, ainda são muito elevados, porém com tendência de queda, como aconteceu com os custos da energia solar e eólica onshore. 

Com cerca de 30 Memorandos de Entendimento (MOUs) já celebrados com igual números de empresas nacionais e estrangeiras, o Governo do Ceará mantém silêncio sobre o tema, algo que o mercado entende como sendo “uma atitude estratégica”. 

Afinal, há vários outros estados disputando a preferência dos mesmos investidores.