Um grupo de empresários da indústria e da agropecuária travou ontem um debate sobre o projeto de instalação do Hub do Hidrogênio Verde do Ceará, e uma de suas conclusões foi a seguinte:
Não bastará, apenas, produzir o H2V para o consumo interno e para a exportação, mas será necessário, também, garantir que se implantem aqui outros elos da imensa cadeia produtiva desse petróleo do Século 21, agregando-lhe valor.
Um dos empresários lembrou que o Ceará tem hoje as maiores e mais modernas plantas industriais da indústria de calçados do país, mas seus centros de criação – que abrigam a melhor inteligência do design, pagando-lhe salários mais altos – estão em São Paulo ou no Rio Grande do Sul.
Outro empresário destacou o que se passará com a economia do Estado da Bahia, cujo governo, nos anos 60, apostou tudo na construção do Polo Petroquímico de Camaçari sem imaginar que, 60 anos depois, surgiria um novo e limpo combustível – o Hidrogênio Verde – que, dentro de 10 anos, substituirá o petróleo poluente.
Houve duas convergências: 1) os melhores cérebros do mundo movimentam-se no sentido de otimizar o processo de produção do H2V, reduzindo seus custos, que estão a cair e cairão mais à medida que a tecnologia avança; 2) está corretíssimo o governo do Estado ao dedicar-se, “com todo o gás”, à tarefa de atrair as grandes empresas internacionais de energia, óleo & gás para o Hub do H2V do Ceará.
É necessário estar atento a um detalhe importante do processo industrial de produção do Hidrogênio Verde: 70% do seu custo dizem respeito à geração de energia renovável, ou seja, ambientalmente limpa.
É por isto que, ao mesmo tempo em que corre atrás dos grandes “players” que produzirão o H2V, o governo cearense trabalha, igualmente, no sentido de acelerar os projetos de implantação de usinas de geração de energia eólica “off shore” (dentro do mar), três das quais aguardam análise do Ibama, em Brasília, que emitirá a Licença Ambiental necessária ao início dos trabalhos de sua instalação no litoral do Pecém e do Acaraú.
Outra convergência que se anotou no debate de ontem entre empresários cearenses foi a de que, no mundo todo, tudo ainda é um caminho praticamente desconhecido, apesar dos grandes avanços já anotados, graças ao desenvolvimento das pesquisas científicas. Mas o “start” (partida) pelo H2V já aconteceu na Austrália, na Ásia, na Europa e nos EUA.
Assim, o que o Governo do Ceará, em parceria com a UFC e a Fiec, está a desenvolver é um esforço de colocar-se à frente e, neste sentido, já deu passos importantes de que é prova o conjunto de Memorandos de Entendimento já celebrados com 12 grandes grupos multinacionais interessados em produzir Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém.
AGRO CEARENSE COM TEREZA CRISTINA
Seguiu hoje cedo para Brasília um time de empresários cearenses do agronegócio para reuniões no Ministério da Agricultura, uma das quais com a própria ministra Tereza Cristina.
Integram a comitiva Cristiano Maia, presidente da Camarão Brasil, entidade que congrega os maiores criadores de camarão do país; Rita Grangeiro, da Associação dos Produtores de Coco do Ceará; Edson Brock, sócio e diretor da Tropical Nordeste, maior produtora brasileira de bananas para exportação; Marden Vasconcelos, sócio e diretor da Tijuca Alimentos; Roberto Pessoa, avicultor e prefeito de Maracanaú; Rafael Carneiro, sócio e diretor da Cialne; e Zuza de Oliveira, consultor em agropecuária.
Serão tratados com a ministra a inclusão da fruticultura no Observatório do Agronegócio do Mapa; a abertura da exportação de pescados, incluindo o camarão, para o Mercado Comum Europeu; a instalação de um Laboratório do Leite no Ceará; a liberação do Convênio SISB para cárneos no Ceará; a xxportação de bananas para o Reino Unido, tendo em vista o Brexit; e o ABC do Coco.