Governo Elmano Freitas: 3 nomes para a Secretaria do Planejamento

Para a Seplag são citados o secretário da Sedet, Maia Júnior, e o ex-secretário de Planejamento da PMF, Alfredo Pessoa. O terceiro nome é mantido em sigilo, mas já foi sondado. E mais: Bradesco cai na B3

Legenda: Operação para armazenamento de minério deverá começar ainda no primeiro semestre deste ano
Foto: Fabiane de Paula / Diário do Nordeste

Uma fonte desta coluna, que acompanha bem de perto o trabalho da equipe de transição do governador eleito Elmano Freitas, confirmou a informação publicada aqui, segundo a qual a Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) terá protagonismo a partir de 1º de janeiro de 2023, quando se iniciará a nova gestão estadual. 

Liderada pelo engenheiro Eudoro Santana, que, aos 86 anos, “incentiva os integrantes da equipe a buscarem sempre a inovação”, o time arregimentado por ele tem um desafio: tornar fáceis e práticas as ações, os projetos e os programas do próximo governo. Principalmente os que se relacionam às áreas econômica e social. 

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A Seplag será peça importante nessa engrenagem. Ratificando o que esta coluna informou, a mesma fonte adiantou que o governador eleito Elmano Freitas quer comandar “um governo austero, com responsabilidade fiscal, ou seja, compromissado com o equilíbrio das contas públicas”, algo que – convém dizer – começou em março de 1987, quando assumiu, para o primeiro dos seus três mandatos, o governador Tasso Jereissati.

Essa austeridade será controlada pelas secretarias da Fazenda, que manterá o esforço de arrecadação dos tributos, e do Planejamento, à qual caberá a gerência dos recursos. 

À Seplag convergem os apelos diários de prefeitos e deputados. Por isto mesmo, à sua testa deverá estar alguém com mão forte e firme, capaz de negar o que for reivindicado com exagero e de atender o que parecer justo e oportuno.

Dois nomes estão cotados para a posição de secretário do Planejamento e Gestão do governo Elmano Freitas: o primeiro é o do secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), engenheiro e ex-vice-governador do Estado, Maia Júnior. 

O segundo é o do economista Alfredo Pessoa, com experiência administrativa provada quando foi secretário de Planejamento da Prefeitura de Fortaleza na gestão da prefeita Luizianne Lins. Pessoa é, hoje, um assessor de confiança do senador Camilo Santana, o que o faz um forte candidato.

Mas, ainda de acordo com a mesma fonte, há um terceiro nome, “um nome do mais alto nível, com larga experiência na gestão pública”, que foi sondado para ocupar a Seplag. 

“Se ele aceitar o desafio, ganharão o governo, o Ceará e os cearenses”, resumiu o informante, acrescentando: “Ele é muito respeitado pela academia, pela iniciativa privada e pelo estamento da política do estado”.

Ontem à tarde, a fonte desta coluna encaminhou uma mensagem de áudio, inserindo uma outra possibilidade para o secretário Maia Júnior. 

“Ele pode ser deslocado para a presidência da Companhia do Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a CIPP S/A”, falou ela. E argumentou nos seguintes termos:

“Daqui para a frente, na prática, será a CIPP S/A – que gerencia o Complexo do Pecém e a ZPE do Ceará – o organismo que tratará diretamente com todas as empresas que celebraram os Memorandos de Entendimento com o governo do Ceará para a produção de hidrogênio verde neste estado. 

Traduzindo: a missão mais importante da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho para a atração dos empreendimentos do H2V no Pecém já foi cumprida. 

Agora, o protagonismo transfere-se para a CIPP S/A, com cuja direção os investidores passam a dialogar. “E ninguém melhor do que Maia Júnior para essa tarefa, uma vez que ele conhece, pessoalmente, os executivos das mais de 20 empresas que já celebraram os Memorandos de Entendimento”, falou, pausadamente, a mesma fonte.

E para onde irá o atual presidente da CIPP S/A, Danilo Serpa? 

Resposta da fonte, usando a mesóclise: 

“Ser-lhe-á dada uma tarefa tão destacada quanto a que ele ocupa hoje”. 

Detalhe: Danilo Serpa é um executivo de confiança do governo do Ceará e do sócio holandês do Complexo do Pecém – o Porto de Roterdã, com cujo presidente, René vem der Plas, tem estreita relação de amizade. 

AÇÕES DO BRADESCO CAEM NA BOLSA B3

Ontem foi um dia muito ruim para a Bolsa de Valores brasileira, a B3, que fechou em forte queda de 2,22%. E o dólar subiu 0,68%, fechando cotado a R$ 5,18. 

Por que caiu a bolsa? Porque as ações do Banco Bradesco desabaram espetacularmente. As ações preferenciais caíram 17,38% e as ordinárias nominativas tiveram queda de 16,01%. Foi a maior queda dos papeis do Bradesco desde 1998. O valor de mercado do Bradesco foi reduzido, ontem, em mais de R$ 30 bilhões. 

O mercado ficou frustrado com o balanço do terceiro trimestre do Bradesco, cujos números vieram muito abaixo do esperado. O lucro de R$ 5,5 bilhões veio 22,8% aquém do que previa o mercado, cujos analistas já haviam observado uma piora na qualidade do crédito concedido pelo banco, que é a segunda maior instituição financeira privada do país.
 
A Provisão para Devedores Duvidosos bateu em R$ 1 bilhão no terceiro trimestre. E mais: o banco subiu essa provisão, que era de até R$ 21 bilhões no acumulado deste ano, para R$ 25 bilhões. 

Na contramão do Bradesco, o Banco do Brasil publicou ontem seu balanço do terceiro trimestre – julho-agosto-setembro – com lucro de R$ 8,36 bilhões, acima do que esperava o mercado, que previa um lucro de R$ 7,3 bilhões.

O Banco do Brasil informou no seu balanço que seu lucro líquido, neste ano de 2022, deverá oscilar entre R$ 30 bilhões e R$ 35 bilhões. 

O BB pagará R$ 2,3 bilhões em dividendos aos seus acionistas, o maior dos quais é o Governo da União. Com esses bons resultados, as ações do Banco do Brasil subiram ontem 2,93%.

Também foi divulgado ontem o balanço do terceiro trimestre da Natura, que registrou prejuízo de R$ 559,8 milhões. No mesmo período do ano passado, a Natura obteve lucro de R$ 272,9 milhões. 
 
E para encerrar: nos Estados Unidos, a apuração dos votos da eleição legislativa de meio de mandato, realizada terça-feira, ainda prossegue e não terminará tão cedo, porque haverá segundo turno no estado na Geórgia, onde nenhum dos candidatos ao senado alcançou mais de 50% dos votos. 

Neste momento, o placar para o Senado mostra os republicanos com 49 cadeiras e os democratas com 48. Terá a maioria da casa o partido que alcançar 51 cadeiras. Mas é grande a possibilidade de a corrida senatorial terminar com 50 cadeiras para cada um dos dois partidos. 

Para a Câmara dos Representantes, o placar de agora mostra o Partido Republicano com 207 cadeiras e o Partido Democrata com 189. Terá a maioria o partido que alcançar 218 cadeiras.