Por todo o primeiro trimestre de 2023, o Ceará iniciará a exportação de mármores e granitos para a China. Isso será possível graças aos entendimentos que as empresas exportadoras estão mantendo com companhias de navegação marítima, acertando a escala mensal de um navio para o transporte dessa preciosa e bela carga para o mercado chinês.
“A demanda já existe”, revelou na tarde desta quarta-feira, 9, o presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), Carlos Rubens Alencar, ao abrir a programação técnica de mais uma edição da Fortaleza Brazil Stone Fair, maior feira de rochas ornamentais do Norte e Nordeste do país.
A programação foi aberta pelo diretor comercial da Tecer Terminais, Carlos Alberto Nunes Filho, que, além de confirmar o início das exportações para a China, falou sobre Logística de Movimentação de Blocos de Mármores e Granitos no Porto do Pecém.
Ele disse que, neste ano, o Ceará exportará 65,6 mil toneladas de pedras, quase o triplo do que exportou em 2018.
Nunes Filho explicou que esse extraordinário crescimento foi possível, primeiro pela ousadia dos empresários da mineração, que, há quatro anos, investem na pesquisa, na extração e no beneficiamento das rochas ornamentais, e, segundo, porque a Tecer e sua empresa irmã, a Termaco, vêm fazendo idêntico esforço no sentido de importar, instalar e operar equipamentos modernos, de qualificar sua mão de obra e de inovar no transporte e na movimentação dessa carga.
Ele contou que a Tecer e a Termaco trabalham 24 horas durante os sete dias da semana, incluindo domingos e feriados, executando suas operações de acordo com todas as exigências da legislação, incluindo as certificações alfandegárias.
No que tange à movimentação dos blocos de mármores e granitos e, também, das rochas ornamentais beneficiadas pela indústria cearense, as duas empresas cumprem um roteiro que inclui a armazenagem na área retroportuária, o transporte até o Terminal de Múltiplo Uso (Tmut) e a operação de embarque da mercadoria nos porões do navio.
Na segunda palestra técnica da programação da Fortaleza Brazil Stone Fair, falou o engenheiro Rogério Ribeiro, gerente do Projeto Apex/CentroRochas, mostrando números que impressionaram o auditório de empresários e executivos do setor. Eis alguns desses números:
O Brasil é, hoje, o quarto maior produtor mundial de rochas ornamentais, cuja cadeia produtiva é integrada por 12 mil empresas de pequeno, médio e grande portes, dando emprego direto a mais de 100 mil pessoas.
O Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo na geodiversidade, possuindo 1.200 variedades de rochas naturais, sendo, ainda, o quinto maior exportador mundial.
No ano passado de 2021, o Brasil bateu seu recorde de exportação, tendo enviado para o exterior 2,4 milhões de toneladas, o equivalente a US$ 1,3 bilhão, o que é pouco comparado com o que o mundo todo exporta: US$ 19,6 bilhões.
O faturamento da cadeia produtiva brasileira de rochas ornamentais é de US$ 5 bilhões; 27% da produção nacional são exportados, o restante é consumido pelo mercado interno.
Os Estados Unidos são o principal destino dos mármores e granitos brasileiros. Eles importaram no ano passado o equivalente a US$ 838 milhões; em seguida, a China (US$ 153 milhões); depois, a Itália (US$ 86 milhões).
São 20 os estados brasileiros que exportam rochas ornamentais para 138 países dos cinco continentes.
Os três principais estados exportadores são o Espírito Santo, que respondem por 81% das vendas para o exterior; Minas Gerais (11%) e Ceará (3%).
Para que se tenha uma ideia do que representa o Espírito Santo nessa cadeia produtiva, basta informar que, diariamente, naquele estado, são realizadas 1.400 viagens de caminhão transportando pedras naturais da mina para a indústria, da indústria para outra indústria e desta para um dos portos de Vitória.