Gigante ArcelorMittal diz por que comprou a cearense CSP

São cinco as razões que levaram a multinacional mundial, com sede em Luxemburgo, a adquirir a Companhia Siderúrgica do Pecém

Legenda: Vista aérea da usina siderúrgica do Pecém, adquirida pela multinacional ArcelorMittal
Foto: Diário do Nordeste

Por que a multinacional ArcelorMittal, uma gigante mundial da siderurgia, com plantas industriais no Brasil, comprou a Companhia Siderúrgica do Pecém, a CSP?

A resposta pode ser encontrada no Fato Relevante, ou seja, no comunicado que a empresa publicou na quinta-feira, dia 28. Nesse comunicado, a ArcelorMittal afirma que comprou a CSP para:

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Primeiro: “Ampliar a posição da Empresa na indústria siderúrgica brasileira, que tem potencial de alto crescimento.” 

Segundo: “Capitalizar o significativo investimento planejado de terceiros para formar um hub de eletricidade limpa e de hidrogênio verde em Pecém.”

Terceiro: “Adicionar 3 milhões de toneladas de capacidade de produção de placas de alta qualidade e com competitividade em termos de custo, com o potencial de fornecer placas dentro do grupo ou de vender nas Américas do Norte e do Sul.”

Quarto: “Permitir novas expansões por parte da Empresa, como a opção de adicionar capacidade de siderurgia primária (incluindo redução direta de minério de ferro - DRI) e capacidade de laminação e acabamento.”

Quinto: “Capturar mais de US$ 50 milhões de sinergias identificadas, incluindo SG&A, compras e otimização de processo.”

O comunicado da ArcelorMittal diz ainda:
 
“O estado do Ceará tem a ambição de desenvolver um Hub de Hidrogênio Verde de baixo custo. O Hub de Hidrogênio Verde de Pecém, uma parceria entre o Complexo Pecém e a Linde, uma empresa líder mundial de gases industriais e engenharia, é um projeto de grande porte de hidrogênio verde no Porto de Pecém e que almeja produzir até 5 GW de energia renovável e 900 kt/a de hidrogênio verde em diversas fases. A primeira fase, que a parceria atualmente espera estar concluída ao longo dos próximos cinco anos, tem como objetivo a construção de 100-150 MW de capacidade de energia renovável.”

Para completar, o CEO da ArcelorMittal, Aditya Mittal, disse o seguinte, no mesmo comunicado:
 
“Na CSP, estamos adquirindo um negócio moderno, eficiente, estabelecido e rentável, que irá melhorar ainda mais a nossa posição no Brasil e agrega valor imediato à ArcelorMittal. Existe um potencial significativo para descarbonizar o ativo (a usina da CSP usa carvão mineral, lembra esta coluna), dada a ambição do estado do Ceará de desenvolver um Hub de Hidrogênio Verde de baixo custo e o enorme potencial que a região tem para a geração de energia solar e eólica.
 
“A CSP produz placas de alta qualidade e é competitiva em termos de custo, garantindo que seus produtos sejam competitivos internamente e para exportação. No curto prazo, continuaremos a abastecer a base de clientes existente da CSP nas Américas do Norte e do Sul. Entretanto, o potencial e as opções que ela oferece no médio e no longo prazo são o que torna esta aquisição tão empolgante. À medida que continuamos a desenvolver as nossas capacidades downstream dos nossos negócios na região NAFTA e no Brasil no médio prazo, temos a opção de a CSP se tornar um importante fornecedor de placas dentro do grupo. No longo prazo, existe também a opção de aumentar significativamente sua capacidade de produção de placas e adicionar capacidades de laminação e acabamento com emissões de baixo carbono”.