Deu a louca no Congresso Nacional, onde teve início um inacreditável movimento de deputados e senadores no sentido de aumentar o volume de recursos do já superlativo Fundo Partidário, que, desde o ano passado, dispõe de um Monte Everest do tamanho de R$ 5 bilhões.
Os parlamentares brasileiros ou perderam o senso ou, noutras palavras, se tornaram ainda mais irresponsáveis.
É como se o Brasil não tivesse, como tem em dose cavalar, problema fiscal grave a resolver.
Alegam os líderes dos partidos políticos que, para a eleição municipal de 2024, esses R$ 5 bilhões não serão suficientes para atender, no próximo ano, aos mais de 70 mil candidatos a prefeito e a vereador nos mais de 5,5 mil municípios brasileiros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já saiu em defesa do Tesouro Nacional, argumentando que os R$ 5 bilhões da eleição presidencial de 2022 são suficientes para bancar o pleito de 2022.
Haddad tem razão, mais uma vez (parece ser ele o mais ajuizado funcionário do governo). Quem pensa diferente é, sem dúvida e ao mesmo tempo, desmiolado, leviano, maluco, imprudente, insensato, doidivanas e inconsequente.
Quem produz e trabalha – ou seja, quem paga os impostos que assegura a mordomia de suas excelências, as autoridades – vê nessa esdrúxula movimentação em Brasília uma iniciativa deletéria contra os chamados altos interesses do país.
Reparem: o orçamento da União tem um déficit, hoje, de R$ 120 bilhões; para 2024, se aprovado o arcabouço fiscal, a meta é zerar esse déficit.
Para isto, porém, será necessário cortar gastos do governo e, ao mesmo empo, aumentar a receita da União por meio do fim de isenções e incentivos fiscais ou da elevação de impostos.
Resumindo: vem aí o pior dos mundos, mas isto é questão de somenos para os bem pagos senadores e deputados, que pedem mais dinheiro para a gastança eleitoral do próximo ano.
Com um time de políticos assim, o Brasil e os brasileiros devem dizer: “Senhor Deus, tenha piedade de nós!”