Fiec atrai Portugal para a Economia Azul do Ceará

Federação das Indústrias promove dois dias de reuniões com missão institucional e empresarial portuguesa para debater como explorar de forma sustentável os recursos marinhos. E mais: 1) Termina hoje o Embala Nordeste; 2) A Bolsa sobe, o dólar também

Legenda: Autoridades e empresários de Portugal e do Ceará eúnem-se na Fiec para debater sobre como explorar os recursos marinhos de forma sustentável
Foto: Fiec / Divulgação

Outra vez, em menos de uma semana, a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) voltará ao proscênio, agora com foco na Economia do Mar, também denominada de Economia Azul, que tem tudo a ver com o que o poder público e a iniciativa privada cearenses, de mãos dadas, vêm fazendo para tornar realidade grandes projetos – desde a implantação de parques de geração de energia eólica offshore para garantir o funcionamento das plantas industriais de produção do Hidrogênio Verde no Hub do Pecém, até a exploração sustentável dos recursos marinhos.  

Pois bem: amanhã, às 10 horas, o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, e seus diretores receberão uma Missão Institucional e Empresarial de Economia Azul de Portugal, liderada pelo secretário de Estado do Mar daquele país, José Maria Costa.  

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Durante dois dias, no auditório do quinto andar da Casa da Indústria, autoridades e empresários portugueses e seus colegas brasileiros do Ceará sequenciarão as reuniões que, em junho passado, foram iniciadas com um objetivo: aproximar o interesse comum das duas partes nacionais em relação ao aproveitamento dos recursos marinhos, no que os lusitanos têm uma vasta e muito antiga experiência “da qual não podemos abrir mão”, como disse à coluna o secretário Executivo de Inovação da Casa Civil do governo do Estado, economista Célio Fernando Melo.  

O presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, não faz segredo das finalidades desse encontro bilateral:  

“A ideia é reforçar a importância do Ceará como porta de entrada na América Latina para Portugal, que pode oferecer o mesmo ao nosso estado e a toda a América Latina em relação ao continente europeu”, diz ele à coluna.  

O governo federal brasileiro está vendo como importante esse evento, e tanto é verdade que escalou a sua secretária Adjunta da Secretaria Nacional de Pesca, Andrea Ribas, para expor aos visitantes europeus os planos ligados à Economia Azul.  

Eliza Gradvhol, presidente do Sindicato da Indústria de Frios do Ceará, mostrará aos portugueses o potencial da fileira alimentar do mar. Vale lembrar que o Ceará já tem uma boa indústria de beneficiamento da pesca, incluindo uma de origem espanhola – a Robinson Crusoé – que beneficia, enlata e exporta atum e sardinha.  

Na parte da tarde de amanhã, os portugueses mostrarão o seu Rastum, premiado internacionalmente como um dos melhores projetos para o setor da pesca. Ele promove o mapeamento da cadeia do pescado desde a captura do peixe em alto mar, seu transporte, seu desembarque no porto e sua comercialização.  

Na sexta-feira, logo cedo, às 8h30, a diretora Comercial do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, Duna Uribe, fará uma apresentação do Porto, que, desde 2017, tem como sócio o holandês Porto de Roterdã, o maior e o principal da Europa.   

A iniciativa da Fiec chega no momento em que há uma convergência de esforços do governo do estado e da iniciativa privada com o objetivo de transformar radicalmente a economia estadual cearense, que ainda representa apenas 2,2% do PIB nacional.   

O presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, e, mais recentemente, o da Faec (Agricultura e Pecuária), Amílcar Silveira, trocaram acenos e adotaram iniciativas comuns – numa atitude inédita na história dessas duas entidades empresariais, mas compreensível: alguns sindicatos da indústria têm direta relação com a agropecuária, como o SindiLacticínios, o Sindalimentos e o Sindicaju.  

TERMINA O HOJE O EMBALA NORDESTE  

Indústria cearense fabricante de embalagens de papelão ondulado, a Cobap, instalada e em operação desde 1983 no Distrito Industrial de Maacanaú, é uma das atrações do Embala Nordeste, maior evento do setor de embalagens, equipamentos e serviços da região nordestina.  

O evento, aberto ontem, será encerrado hoje. Ele funciona de 15 às 21 horas no Centro de Eventos do Ceará.  

No estande da Cobap no Embala Nordeste, está exposta para comercialização toda sua linha de produtos que se destinam a alimentos industrializados, alimentos in natura, saneantes, calçados, vestuário, eletrodomésticos, bebidas e refrigerantes.  

A Cobap assegura que sua unidade industrial opera segundo os princípios ESG de governança ambiental, social e corporativa.  

A BOLSA SOBE, O DÓLAR CAI  

Ontem, a Bolsa de Valores do Brasil, a B3, fechou o pregão em leve alta de 0,23%, o suficiente para desatrelar-se de suas congêneres norte-americanas, que fecharam em baixa. A B3 fechou aos 108.651 pontos.   

Nos Estados Unidos, a queda das bolsas variou de 0,17% no Dow Jones até 1,19% na Nasdaq, que é a bolsa das empresas de tecnologia. 

No Brasil, a discreta alta da Bolsa teve a ver com as ações do Banco Itaú que subiram ontem, refletindo o bom resultado do seu balanço o segundo trimestre, publicado na véspera, que veio com um lucro de R$ 7,68 bilhões.  

Nos EUA, a queda das bolsas foi motivada por relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, segundo o qual o cenário das grandes economias do mundo – EUA, China, Alemanha e Reino Unido, principalmente – é preocupante, com claros sinais de piora causados pela inflação recorde e pela desconfiança do consumidor.  

Outro dado que pesou na queda das bolsas norte-americanas foi o fato de que hoje, quarta-feira, 10, será divulga o índice da inflação de julho nos EUA, onde há pleno emprego.  

Também influiu o chamado “core inflation”, que é o núcleo da inflação brasileira. Apesar de ter, no último mês de julho, registrado uma deflação RECORDE de 0,68%, a inflação segue alta nos setores de serviços e de alimentos, principalmente leite e seus derivados (há dois meses, o litro do leite longa vida custava pouco mais de R$ 4; hoje, custa acima de R$ 8; o quilo de queijo coalho, que havia um mês custava R$ 32, custa hoje R$ 49).  

O dólar fechou ontem em alta de 0,33%, cotado a R$ 5,13. Essa subida da moeda norte-americana deve-se à forte queda da inflação, o que pode levar o Banco Central a manter inalterada a taxa de juros Selic, que está em 13,75% ao ano, desestimulando a entrada de dólares no país, conforme dizem os economistas. 

Mas os economistas estão errando mais do que acertando.