Fertilizantes: Esqueceram o urânio fosfatado de Itataia

O Brasil gasta US$ 1 bilhão/ano com importação de fertilizantes da Rússia e de outros países, mantendo inexplorada a mina cearense de Itataia. E mais: 1) Amazon tenta abreviar entregas; 2) Acal usa linguagem de libras

Legenda: Visão área da Jazida de Itataia - Projeto Santa Quitéria
Foto: Kid Júnior

Nesta semana, em Moscou, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina destravou os gargalos que estavam atrapalhando a importação de fertilizantes fosfatados e de potássio produzidos na Rússia. 

O governo Putin garantiu a normalidade do fornecimento desses dois insumos, importantes para a fertilidade do solo brasileiro. 

Mas esse esforço elogiável da ministra Tereza Cristina é, apenas, a “política de matar a formiga e não a correta política de matar o formigueiro”, como diz o agrônomo José Maria Pimenta, que foi presidente da Ematerce e hoje é um médio agropecuarista no Sertão Central do Ceará. 

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De acordo com Pimenta, a agricultura brasileira, “a melhor do mundo”, continua dependendo da Rússia e de outros países que produzem, sobretudo, o adubo fosfatato, “que é o mais caro”, e isto é inacreditável porque, simplesmente, “dispomos de grandes reservas de fosfato na Serra de Itataia, aqui no Ceará, que já deveriam estar sendo exploradas e produzindo riqueza”. José Maria Pimenta lembra que a importação de adubo fosfatado leva do Brasil, anualmente, mais de US$ 1 bilhão. 

“Poderemos inverter essa conta, pois temos condição de produzir adubo para o consumo interno e, também, para o mercado externo”, completou ele. 

A propósito: no dia 26 de maio deste ano, esta coluna publicou a seguinte informação:

“Já está desenhado o projeto logístico de distribuição dos fertilizantes e do fosfato bicálcico que serão produzidos no complexo industrial a ser construído ao lado da mina de urânio de Itataia, no município de Santa Quitéria, no sertão do Ceará, cuja exploração e beneficiamento serão feitos pelo consórcio integrado pelas empresas Galvani Fertilizantes e Indústrias Nucleares do Brasil (INB). 

“Tanto a exploração mineral quanto a industrialização do urânio fosfatado de Itataia deverão começar no próximo ano, logo após a emissão do licenciamento ambiental. Os investimentos previstos para o Projeto Santa Quitéria superam os US$ 400 milhões. 

“O início da construção do complexo está previsto para 2022 e sua operação assistida, em 2024, condicionados à liberação das licenças ambientais pelos órgãos responsáveis (Ibama e CNEN). 

“A Galvani informa que não é possível, agora, determinar uma data exata para o início das obras e da operação minero-industrial, mas a expectativa é de que o projeto estará em funcionamento em 2024.” 

Resumo dessa ópera: vai demorar a exploração do urânio fosfatado de Itataia.

AMAZON TENTA ABREVIAR ENTREGAS

Esta coluna informou nesta semana que é o Mercado Livre, gigante argentina do e-commerce, que lidera as vendas do varejo pela internet, no Brasil e no Ceará, também, tirando proveito de sua agilidade na entrega. 

A Amazon, a maior do mundo, que acaba de abrir um Centro de Distribuição no Ceará, localizado em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, é apenas a quarta colocada no ranking das maiores, atrás da Americanas, a segunda colocada, e da Magalu (Magazine Luiza), a terceira.

Na Grande Fortaleza, é a Magalu que lidera as vendas, e a causa principal é o menor tempo de entrega, às vezes no mesmo dia, dependendo do produto comprado.

Há uma boa torcida para que, no curto prazo, a Amazon e seu CD cearense possam garantir entregas mais rápidas. Seu site é de fácil navegação e dispõe de praticamente tudo de que necessita o consumidor. Mas os concorrentes Mercado Livre, Magalu e Americanas investem no mesmo sentido, também. 

(No mercado, comenta-se que o Mercado Livre está de olho noleilão deprivatização dos Correios)

A propósito: um lembrete aos que compram pela internet. Usem sempre, nessas operações, o cartão digital para evitar fraudes, que acontecem, principalmente, pelo acesso ao código de três números que existe no carão físico. 

CONGRESSO PARA MICRO E PEQUENO EMPRESÁRIO

Vem aí, nos dias 2 e 3 do próximo dezembro, no Hotel Praia Centro, a XVIII Convenção Nacional da Micro e Pequena Empresa.

O evento, promovido pela Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais (Conampe), com o apoio da Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Fampec) e do Sebrae, reunirá representantes de microempresas, empresas de pequeno porte, artesão e microempreendedores individuais (MEI) de vários estados e do interior cearense.

Segundo o Sebrae nacional, há hoje no Brasil 50 milhões de pessoas com possibilidade de empreender como forma de enfrentar e vender a crise.

Detalhe: de cada 10 empregos formais no Brasil, 7 são gerados por micro, pequenas e médias empresas.

ACAL USA LINGUAGEM DE LIBRAS

Boa novidade socialmente inclusiva:  maior loja do grupo Acal – especializado em material de construção – a Acal Home Center ampliou sua atenção à clientela, que conta agora com atendimento em libras. 

Com foco na população surda, o serviço tem o intuito de prestar suporte inclusivo para atender às suas necessidades.

“O varejo inclusivo, na prática, conta com uma boa estrutura física ou digital para oferecer um atendimento personalizado e de qualidade para compradores com deficiência”, explica Cabral Neto, diretor comercial e de marketing da Acal Home Center.

A Acal convidou duas influenciadoras surdas, Malu Paris (@maluparis) e Andreia de Oliveira (@falamesmodeia), para uma ação nas redes sociais da Acal (@acalhomecenter). As influenciadoras compartilharam suas vivências de consumidoras surdas e sobre a importância do varejo inclusivo.