Fecundação in vitro: mais vacas para a pecuária cearense

Juntaram-se a Faec e o Sebrae-CE que estão promovendo um inédito programa de distribuição de embriões aos pequenos pecuaristas do Ceará. Detalhe: 91% dos bezerros nascidos são fêmeas

Legenda: Dezenas de bezerros, dos quais 91% são fêmeas, já nasceram fruto do programa de Fecundação in Vitro da Faec e Sbrae-CE
Foto: Antônio Rodrigues

Uma excelente novidade está chegando da agropecuária cearense: pequenos pecuaristas de diferentes regiões do Ceará estão a receber da Federação da Agricultura (Faec) e de sua parceria com o Sebrae-CE os benefícios da Fecundação in Vitro (FIV), um programa do qual já nasceram dezenas de bezerros, 91% dos quais são fêmeas. 

Os embriões gerados via FIV pelos criatórios especializados têm um salto genético de 5 a 7 gerações, ou seja, um avanço genético mínimo de 25 anos, enquanto a IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) avança no máximo 5 gerações, uma vez que dependem da seleção genética das matrizes que serão inseminadas, como explica Amílcar Silveira, presidente da Faec.

Dessa constatação, surgiu o convênio celebrado pela Faec com o Sebrae-CE, cujo objetivo é disponibilizar embriões de alto valor genético aos pequenos e médios produtores rurais do Ceará. 

O programa, que já está sendo executado, contemplará mais de 900 produtores com 2700 prenhezes, ao longo dos seus três anos de duração. 
“Sendo assim, quase três mil animais de alto valor genético, oriundos de doadoras e reprodutores testados e avaliados em provas de desempenho genético, irão compor o rebanho cearense. Além disso, os laboratórios produtores dos embriões possuem, obrigatoriamente, certificação no Ministério da Agricultura. Com isso, viabilizaremos o crescimento do rebanho bovino leiteiro cearense por meio de consultorias especializadas em melhoramento genético”, como diz Amílcar Silveira.

Qualificar o rebanho dos pequenos pecuaristas do Ceará é uma das metas do plano estratégico da atual gestão da Faec. E qual é a diferença entre o FIV e o IATF? Silveira responde com a desenvoltura de quem sabe do que está falando:

“A inseminação põe o sêmen do touro melhorador em vacas normais; ou seja, a bezerra quando nasce tem metade de melhoramento genético. A fecundação in vitro tira óvulos de vacas especiais com touro melhoradores, usando sêmen sexado”.

Ele acrescenta, usando a terminologia técnica:

“Da monta natural até o FIV, temos avanços de 7 gerações. O processo da Fecundação in Vitro é todo desenvolvido em laboratório. Em seguida, o embrião é colocado na receptora, ou seja, na barriga de aluguel. Em termos reprodutivos, apenas a clonagem ainda é o processo mais avançado. Pois é essa tecnologia que estamos, com o Sebrae, levando para os pequenos criadores dos sertões cearenses”, diz Amílcar Silveira.

Durante a programação técnica da Pecnordeste 2024 – que se realizará nos dias 6, 7 e 8 do próximo mês de junho – o programa de Fecundação in Vitro que a Faec e o Sebrae estão a realizar no interior do Ceará será tema de debates que reunirão especialistas da área.

“Nossa parceria nasceu do desejo mútuo da Faec e do Sebrae de levar novas tecnologias para o pequeno criador de vacas e bois do Ceará, e os primeiros resultados trouxeram para nós agradáveis surpresas”, disse Alcy Porto, diretor Técnico do Sebrae-CE.

Amílcar Silveira, ao seu lado, retomou a palavra para dizer: 

“Alegra-nos saber, quase todo dia, que nasceram novas bezerras fruto da Fecundação in Vitro. Isto pode ser a garantia de que a produção leiteira do Ceará continuará crescendo graças à incorporação ao rebanho de novas vacas de boa linhagem genética. Estamos contentes pelos bons resultados do programa que a Faec e o Sebrae desenvolvem e mais contentes ainda porque são os pequenos que estão a receber os benefícios do nosso esforço”.

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