Febraban: Crédito para micro e pequeno cresceu 94,7% na pandemia

A entidade dos bancos rebate a crítica de que, durante a pandemia, o crédito não chegou às micro e pequenas empresas.

Legenda: A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) sustenta que o crédito chegou aos pequenos na pandemia
Foto: Érika Fonseca

Entre os anos 2020 e 2021, o crescimento do saldo de carteira Pessoa Jurídica teve como um dos seus destaques o crédito destinado às micro e pequenas empresas (MPEs), cuja expansão acumulada no período chegou a 94,7%. 

É o que revela levantamento feito pela Diretoria de Economia da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), intitulado “Desempenho do Crédito para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) na Pandemia”. Esse levantamento inaugura a série “Estudos Febraban”, que passarão a ser divulgadas com o objetivo de contribuir para o debate de temas de interesse do setor financeiro.

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“Trata-se de mais uma iniciativa da Febraban, dentro de seu compromisso de transparência e de aproximação com a população e a sociedade”, afirma Isaac Sidney, presidente da entidade. 

“Os números desse estudo desfazem, por completo, o que muitos alardeavam no sentido de que o crédito não chegava na ponta para micro e pequenas empresas e reforçam o importante papel de suporte do setor bancário a esse segmento, setor fundamental de nossa economia, que gera milhões de empregos e contribui exponencialmente para o desenvolvimento e crescimento de nosso país”, avalia Sidney.
 
Segundo o estudo, o crédito destinado às MPEs ganhou participação na carteira Pessoa Jurídica Total, saindo de 13,2% em 2019 para 19,7% em 2021. O desempenho do crédito para as empresas desse segmento registrou sua maior expansão em 2020 (+77%), quando as empresas buscaram, com maior intensidade, capital de giro e se beneficiaram dos programas governamentais. Em 2021, o crescimento foi de 10%. Os dados disponíveis no estudo do ano de 2021 vão até o mês de setembro daquele ano.
 
A expansão da carteira de crédito para as MPEs cresceu mais entre os bancos de maior porte, do segmento S1 (bancos e caixas econômicas que tenham ativos em valor igual ou superior a 10% do PIB ou que exerçam atividade internacional relevante), totalizando 113,8% no acumulado do período.
 
Entre os bancos do segmento S1, a carteira destinada às MPEs avançou 8,9 pontos percentuais, passando a representar 23,3% de todo o crédito destinado as Pessoas Jurídicas. O segmento S1 representou quase 70% de todo o crédito destinado às MPEs, com uma carteira de aproximadamente R$ 250 bilhões em 2021. E o segmento S1 contribuiu com cerca de 75% da expansão do crédito às MPEs entre os anos de 2020 e 2021.
 
Analisando por tipo de controle, o estudo revelou que o crescimento do crédito para as MPEs foi liderado pelos bancos privados nacionais, cuja carteira cresceu 116,3% no acumulado do período de 2020 a 2021. E a participação das MPEs avançou mais na carteira dos bancos privados, que cresceu 7,7 pontos percentuais, para 25,1% do total do Crédito Pessoa Jurídica dessas instituições financeiras. Os bancos privados nacionais têm cerca de 50% do crédito destinado às MPEs e contribuíram com quase 60% para o crescimento do crédito deste segmento nos anos de 2020 e 2021. 
 
Quando a análise inclui as médias empresas e o segmento passa a ser o das MPMEs (micro, pequenas e médias empresas), o crescimento alcança 69,8% no acumulado entre 2020 e 2021. No fim de 2019, essa carteira representava 34,8% do total, e alcançou participação de 45,3% em setembro de 2021 (alta de 10,4 pontos percentuais).
 
Quando o desempenho da carteira de MPMEs é desmembrado para os três segmentos analisados (micro, pequenas e médias empresas), o estudo mostra que, como esperado, a carteira das médias empresas é a maior em volume de recursos (R$ 472,2 bilhões em setembro de 2021). No entanto, embora o crescimento tenha sido expressivo em todos os portes, a expansão do crédito em 2020/2021 foi mais forte entre as MPEs (+94,7%), liderada pelas operações para as pequenas empresas (+103,1%) e, em menor grau, para as micro (+74,9%).