Faec adverte: tarifa de Trump castigará exportação do agro cearense

Em 2024, a agropecuária do Ceará exportou para os EUA o equivalente a US$ 169 milhões

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@asvm.com.br
(Atualizado às 05:32)
Legenda: As exportações do agro cearense poderão ser prejudicadas pelas novas tarifas impostas pelos EUA
Foto: Thiago Gadelha / SVM
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Terá repercussão no Ceará a nova tarifa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às exportações de produtos brasileiros para o mercado norte-americano. 

Prestem atenção: o Ceará exportou para o mundo, no ano passado, o equivalente a US$ 1,82 bilhão. Desse total, 36%, ou seja, US$ 659 milhões, foram provenientes de vendas para os Estados Unidos.   

Pois bem: o agro do Ceará, sozinho, exportou para todo o mundo, no ano passado, US$ 523 milhões, dos quais US$ 169 milhões tiveram como destino os Estados Unidos, o que revela quão importante é o mercado norte-americano para as exportações do Brasil e, especificamente, para as do Ceará, segundo informa o Observatório do Agro da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec). 

A informação acrescenta: os produtos cearenses mais exportados para o mercado dos Estados Unidos são lagosta, castanha de caju, cera de carnaúba, peixes, couros, calçados, mel de abelha e suco de acerola. 

Amílcar Silveira, presidente da Faec, disse à coluna que está profundamente preocupado com o que acontecerá com as exportações da agropecuária cearense para os Estados Unidos como consequência da nova política tarifária imposta pelo presidente Donald Trump. 

Ele lembrou, ainda, que, além dos produtos do agro, serão duramente atingidas pelas novas tarifas as placas de aço fabricadas pela usina siderúrgica da ArcelorMittal no Complexo do Pecém, que é a maior exportadora do estado. 

Ontem, no porto do Pecém, foi suspenso o embarque de alguns contêineres carregados de peixes que se destinavam aos EUA. Segundo a Abipesca - Associação Brasileira da Indústria de Pescados - a ordem de suspensão veio dos importadores norte-americanos, que não querem arcar com os novos custos da importação. As novas tarifas entrarão em vigor no próximo dia 1º de agosto.

Nos portos de Suape e Salvador, o mesmo fato aconteceu.

Ontem, de acordo com a Abipesca, deixaram de ser exportados quase 60 contêineres cheios de tilápias para o mercado norte-americano.

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