Energia: é a vez do Brasil, é a hora do Ceará, diz engenheiro

José Carlos Braga, sócio e consultor de empresa cearense com projetos de energia solar fotovoltaica e eólica offshore, diz que o Ceará, com Lula e Elmano aliados, pode virar Opep do Hidrogênio Verde

Legenda: Os projetos de geração eólica offshore podem mudar a economia do Ceará
Foto: Shutterstock

É agora ou nunca...

Sócio e diretor da empresa cearense Cactus Energia Verde – que que estáEnergia:  implementando seu projeto Uruquê para a geração de energia solar fotovoltaica em terras do sertão e eólica offshore no Litoral Norte do Ceará – o engenheiro José Carlos Braga, um especialista na matéria, redesenhou a geopolítica mundial do ponto de vista de hoje e, para esta coluna, elaborou uma análise, que começa assim: 

“A partir de 2030 o mundo estará dividido em quatro quadrantes de nações soberanas bem definidas: a China como potência industrial; os Estados Unidos como o grande shopping da humanidade; a Europa como o grande Museu Universal; e o Brasil como Berço da Sustentabilidade.”  

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Diante desse cenário, Braga pormenoriza, em seguida, o papel da nação brasileira:

“Detemos, ainda consolidado, o único e último recanto do planeta a conter, copiosamente, os três pilares de sustentação da vida na terra: Água, Alimento em abundância – imiscuído com os mais importantes biomas da cadeia ecológica tendo a Amazônia como ápice – e as Energias Renováveis Limpas oriundas dos nossos sóis, dos nossos ventos e de uma riquíssima e profusa hidráulica nas águas doces e salgadas do nosso território.
 
“Nesse contexto faz-se mister enxergar o Ceará com enorme potencial para brevemente poder situar-se entre os cinco estados mais ricos da Federação, desde que a aliança com o governo federal se faça agora para a profusão do Hidrogênio Verde, transformando a terra alencarina num expoente mundial dessa ‘Opep’ da nova ordem energética que se estabelece.

“Acredite: o H2V suscitará ao Ceará o necessário estabelecimento de um suculento parque industrial, agrícola, educacional e de serviços como jamais visto ao longo de sua história. Por outro lado, e coincidentemente, ao governo Lula restará somente o rito da sustentabilidade para tirar o país da lama em que se encontra há décadas.”

José Carlos Braga segue com a palavra:

“O conceito de sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis interdependentes, com capacidade de integrar as questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais, e jamais tivemos tamanha oportunidade em sermos líderes da mais relevante e inexorável vertente para sobrevivência do ‘homo sapiens’, pois estamos num ponto de inflexão e no momento certo de montarmos neste extraordinário ‘cavalo selado’ que agora a realidade nos apresenta. Isto não significa uma reles visão otimista ou profética de botequim, pois as condições conjunturais econômicas e sociais são extremamente hostis, mas sim uma antevisão pragmática de ajustar a fome à vontade de alinhar interesses mundiais."

No final de sua análise, José Carlos Braga conclama o governador Elmano Freitas, o senador e ministro da Educação Camilo Santana e os senadores e deputados federais do Ceará a que “se ergam para aproveitar este momento único”, pois todas as condições políticas, principalmente as do plano federal, estão a favor do Ceará, onde o PT ganhou dimensão e prestígio nacionais que devem ser usados como vantagem comparativa no momento em que as decisões estratégicas forem tomadas.

“É agora ou nunca”, diz o engenheiro, que é especialista em energia.

José Carlos Braga cita os EUA como “o grande shopping da humanidade”, e com razão porque a grande nação do Norte o é, também. 

Mas os EUA são muito mais do que só um grande centro mundial de compras. Eles dominam as mais avançadas tecnologias nas diferentes áreas da ciência, da educação, da cultura e da indústria, incluindo a espacial, aqui já enfrentando a crescente e competente concorrência chinesa. Além de serem a maior potência militar do mundo.