Uma pesquisa liderada pela nanobioinformata Natália Martins, feita em parceria com a Universidade Nacional de Brasília (UNB) e a startup Krilltech, criou e desenvolveu um nano inseticida que, além de eliminar os insetos, ainda aumenta em 18% a 70% a produtividade de culturas como melão, pimentão e tomate.
O produto bioestimulante já foi utilizado em 30 mil hectares, em 18 estados para 23 culturas diferentes.
Os resultados incluem aumento da produtividade em 70% no morango, 33% no feijão, 40% no tomate, 12,5% no trigo, 21% na soja, 30% no milho e 33% nom algodão.
“Estamos atualmente validando a ação do bioestimulante em áreas cultivadas de café e melão”, diz à coluna a doutora Natália Martins, que no ano passado se transferiu da Embrapa de Brasília para a de Fortaleza.
Ela explica que a crescente busca por produtos mais eficazes, economicamente viáveis e ambientalmente seguros é o cenário de inserção da nanotecnologia na agricultura. A nano formulação pesticida aplicada à fruticultura mostra efeitos fungicidas, inseticidas e indutores de resistência, afirma.
A base tecnológica foi recentemente licenciada pela parceria da Embrapa com a Universidade de Brasília (UNB) e a startup Krilltech.
“Esperamos contribuir para o controle de pragas e doenças de grande importância para o agronegócio cearense e pesquisar o efeito molecular das nano formulações por meio de estudos em metabolômica (estudo científico que visa identificar e quantificar o conjunto de metabólitos - o metaboloma - produzidos e/ou modificados por um organismo). e em ensaios de campo.
O Arbolina, nome do produto, já está disponível no mercado e tem efeito bioestimulante comprovado em diversas culturas como milho, soja e hortaliças.
A segunda geração do Arbolina traz a associação da nanotecnologia e produtos naturais com ação inseticida e fungicida, informa a doutora Natália Martins.
“O potencial uso dos produtos apresenta as vantagens de sustentabilidade, biocompatibilidade, rentabilidade, eficácia e baixo custo”, acrescenta ela.
NESTLÊ PROCURA A EMBRAPA DO CEARÁ
Em primeira mão: a multinacional Nestlê, que já foi líder do mercado brasileiro de lacticínios e hoje está dedicadíssima aos seus investimentos na área da produção e industrialização do café, cuja margem de lucro é bem maior, procurou a Embrapa Agroindústria Tropical, que tem sede no bairro do Pici, em Fortaleza.
A Nestlê pediu aos pesquisadores da Embrapa pesquisas e estudos que reduzam a pegada hídrica e de carbono em toda a cadeia produtiva do café, mas levando em consideração, também, o uso de energia, um insumo que está custando cada vez mais caro.
O Laboratório de Tecnologia de Biomassa da Embrapa Agroindústria Tropical já está cuidando do pleito da Nestlê, para o que as duas partes celebraram um memorando.