Ontem, foi mais um dia de queda da Bolsa de Valores brasileira B3, e, também, das bolsas norte-americanas. A B3 caiu 1,38%, aos 105.071 pontos, enquanto o dólar fechou cotado a R$ 5,14, a mesma cotação do dia anterior.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones caiu 1,66% e a Nasdaq, que negocia ações das empresas de tecnologia, desabou 2,05%.
Nos Estados Unidos, a queda de ontem foi motivada pela grande expectativa em torno da divulgação, hoje, do Payroll, relativo ao nível de emprego no mês de fevereiro passado, que deve apresentar de novo um aumento na taxa de criação de novos postos de trabalho, o que outra vez indicará que a economia norte-americano continua aquecida, mantendo a inflação em alta e obrigando o Federal Reserve a elevar as taxas de juros.
A inflação nos EUA está acima de 6%, bem além da meta, que é de 2%.
No Brasil, apesar do recuo da Bolsa, o dia de ontem foi novamente marcado pela redução da taxa de juros futuros, que recuaram por causa de declarações da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que, falando sobre a proposta do novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos, disse que "ela irá agradar a todos, inclusive o mercado”.
No pregão de ontem da Bolsa B3, os papeis da CSN caíram 8,06% em consequência do balanço da companhia relativo ao quarto trimestre do ano passado, cujos números vieram aquém do esperado. Também recuaram 4,33% as ações da Gerdau.
Mas a notícia negativa de ontem foi a de mais uma queda do valor das ações do grupo de saúde cearense Hapvida, que administra um dos maiores planos de saúde do país.
Os papeis do Hapvida desvalorizaram-se ontem 33,56%, valendo apenas R$ 1,94.
Quando foram lançadas na Bolsa, há exatamente três anos, essas ações valiam R$ 13.
Na semana passada, o valor de mercado do Hapvida era de R$ 32 bilhões; na segunda-feira, esse valor caiu para R$ 22 bilhões; ontem, desceu para13,8 bilhões. Ou seja, somente no pregão de ontem, a perda de valor de mercado da empresa foi de R$ 7 bilhões.
Em um comunicado ao mercado, divulgado na quarta-feira à noite, o Hapvida informou que estuda mecanismos para otimizar sua estrutura de capital, estando mantendo entendimentos com investidores sobre uma operação de venda e locação de ativos. Esse comunicado saiu logo após o jornal Valor Econômico haver divulgado que a empresa cearense colocou à venda dois ativos para “enxugar estrutura”.
A venda desses ativos, segundo o comunicado do Hapvida, está em linha com o foco da companhia de dedicar-se ao seu negócio principal, que é a administração dos seus planos de saúde, essencialmente depois de sua fusão com a gigante Notre Dame Intermédica.
Um dos ativos que a empresa está descartando é a Resgate São Francisco, que faz transporte de pacientes.
No mesmo comunicado de quarta-feira à noite, o Hapvida informou que estuda a possibilidade de emitir novas ações para aumentar seu capital, mas isso dependerá das condições do mercado e da aprovação dos organismos competentes.
Um consultor em finanças e, também, operador do mercado, com oficina de trabalho em Fortaleza, disse à coluna que o Hapvida atravessa algumas dificuldades, mas considerou que está exagerada a cobertura que a mídia está dando ao caso.
Para os analistas do Banco Itaú BBA, o comunicado do Hapvida tem um fato positivo, que são as alternativas apresentadas pela empresa para superar essas dificuldades.
E a Via, empresa que é dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, divulgou seu balanço financeiro relativo ao quarto trimestre do ano passado. A empresa teve um prejuízo líquido de R$ 163 milhões.
Mas o faturamento foi bom, alcançando em 2022 a cifra de R$ 8,84 bilhões, mais do que os R$ 8,5 bilhões estimados pelo mercado.