Nos últimos cinco anos, uma massa ainda não calculada de produtores rurais, antes dedicada à agricultura, migrou para a carcinicultura. Primeiro motivo: a nova atividade é muitas vezes mais lucrativa do que a antiga, que, pelo avanço da tecnologia e do custo das terras, está mais para o empreendedor empresarial.
Essa migração, segundo informa a Associação dos Criadores de Camarão do Ceará (APCC), registrou-se e segue a registrar-se nos municípios da região do Jaguaribe, onde o subsolo tem água salobra do jeito que gosta esse crustáceo.
Há, hoje, no Ceará, de acordo com a mesma APCC, 1.305 unidades produtoras de camarão, cujos viveiros somam 16.014 hectare, distribuídas em 53 municípios.
Quase 80% dessas unidades têm menos de 10 hectares de área e pertencem a mini e pequenos produtores, que, além do bom e rápido retorno do capital investido, se entusiasmam também com o pouco uso de água, “menor do que o de muitas outras atividades agrícolas, como o da produção de arroz, por exemplo”, como explica o vice-presidente da APCC, Ítalo Régis Castelo Branco Rocha, também professor efetivo do campus de Morada Nova do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
Diante o rápido crescimento da criação de camarão no Ceará, a ACCEC decidiu promover, nas próximas segunda e terça-feiras, dias 27 e 28 deste mês de junho, em Morada Nova, o Seminário Biossegurança e Inovação na Cadeia de Produção da Carcinicultura.
O evento será eminentemente técnico e voltado para o interesse dos que já são associados da entidade e dos que pretendem sê-lo proximamente.
A ideia dos organizadores do seminário é clara: transferir tecnologia para os criadores de camarão. Sua programação prevê palestras que tratarão das políticas públicas, incentivo ao associativismo e ao cooperativismo, questões ambientais, biossegurança, e segurança do trabalho aplicada à aquicultura.
A tarde da terça-feira será dedicada às questões ligadas à sustentabilidade ambiental e ao licenciamento ambiental, com a participação de técnicos de empresas públicas e privadas especializadas na matéria, como a Semace e a L2 Ambiental, por exemplo.
Na mesma tarde, serão expostas e esclarecidas as questões ligadas à biossegurança da aquicultura, à saúde nas fazendas de criação de camarão e os desafios da sanidade da carcinicultura cearense.
Patrocinam o seminário o Ministério da Agricultura, o Sebrae-Cará, o IFCE e a APCC