Copom, que se reunirá 4ª feira, deverá manter Selic em 13,75%

Nesta semana, bancos centrais dos EUA e da Europa deverão subir suas taxas de juros. Mercado no Brasil mantém-se temeroso quanto à política fiscal do governo Lula

Legenda: Quarta-feira, 01/02, o Congresso Nacional retomará suas atividades. Começará uma nova legislatura.
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Esta será uma semana movimentada na área da economia. 

Na quarta-feira, dia 1º de fevereiro, o Copom, que é o Comitê de Política monetária do Banco Central, anunciará a nova taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que hoje é de 13,75% ao ano. 

Dez entre 10 economistas apostam que essa taxa será mantida. A reunião do Copom, como sempre acontece, começará amanhã e terminará no fim da tarde do dia seguinte.

Na mesma quarta-feira, o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, também decidirá sobre as novas taxas de juros da economia norte-americana, esperando-se uma alta de apenas 0,25%, metade do que se previa há 45 dias. Se isto acontecer, será um sinal de que a política monetária de combate à inflação nos Estados Unidos está dando certo.

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Por sua vez, o Banco Central Europeu anunciará, na quinta-feira, dia 2 de fevereiro, as suas novas taxas de juros, que, de acordo com a projeção do mercado, deverão subir 0,50%. 

Na quarta-feira será conhecida a inflação europeia neste mês de janeiro, que, anualizada, deverá recuar dos atuais 9,2% para 9,1%.

Os economistas brasileiros e os investidores, ou seja, aquelas pessoas que diariamente especulam na Bolsa de Valores, comprando e vendendo ações, estarão muito interessados em ler a ata da reunião do Copom, que trará a posição do Banco Central em relação à política fiscal do governo.
 
Hoje, o mercado mantém-se em dúvida e temeroso quanto ao que tem anunciado o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o que diz, quase diariamente, o presidente Lula. 

Haddad diz que o governo fará tudo para que o déficit orçamentário deste ano, estimado em R$ 231 bilhões, seja reduzido ao mínimo ou transformado em superávit, o que agrada o mercado.

Por sua vez, o presidente Lula tem dito que a independência do Banco Central é uma besteira e que a meta de inflação deve ser aumentada para permitir o mais rápido crescimento do país, o que vai de encontro ao que prega o ministro Fernando Haddad, e tudo isto repercute mal no mercado financeiro. 

Amanhã, terça-feira, será divulgado o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, relativo ao mês de dezembro passado. Segundo os economistas do Banco Itaú, o Caged mostrará uma redução na criação de empregos formais no último mês de 2022.

Nesta semana, começam a ser divulgados os balanços das grandes empresas relativos ao quarto trimestre de 2022. Na quinta-feira, sairá o balanço do Banco Santander, a primeira grande instituição financeira a divulgar seus resultados financeiros do ano passado. 

Nos EUA, sairão os balanços da Amazon, da Apple, da Meta, que é dona do Facebook, e da Alphabet, que é a dona do Google. 

Há uma crescente expectativa em torno desses resultados, pois todas as empresas de tecnologia estão demitindo funcionários desde o início deste mês de janeiro. A Google está demitindo 12 mil funcionários.

A Amazon, que tem um grande centro de distribuição em Fortaleza, anunciou que vai demitir 18 mil pessoas em todo o mundo, e já começou a faxzê-lo. Por enquanto, essas demissões não alcançaram sua unidade cearense.

Mas a economia, no Brasil, está de olho na política. Quarta-feira, o Congresso Nacional inaugurará mais uma legislatura. Tomarão posse os novos deputados e senadores, que se reunirão, em cada uma das casas, para a eleição dos seus respectivos presidentes. 

Na Câmara dos Deputados, aposta-se na tranquila reeleição de Artur Lira, uma estrela do Centrão. 

No Senado, que é uma casa integrada por políticos mais experientes, como ex-governadores, a reeleição de Rodrigo Pacheco não parece tranquila, pois terá de disputar votos com Rogerio Marinho, que foi ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro. 

Marinho aposta no voto de dissidentes da base de partidos que apoiam o governo Lula, mas será uma tarefa difícil, pois o governo lulista tem força política para reeleger Pacheco.

A conferir.