Coopercon importará aço no segundo semestre

Cooperativa da Construção Civil do Ceará e suas empresas associadas entendem que o momento é favorável à importação do produto. E mais: O altíssimo custo da energia gerada dentro do mar

Legenda: Anuncia a Coopercon-Ceará que voltará a importar aço plano
Foto: Diário do Nordeste

Decidiu a diretoria da Coopercon-Ceará adotar providências para a retomada da importação de aço para as empresas associadas durante o segundo semestre deste ano.  

O preço da matéria-prima sofreu vários aumentos, em especial após a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia. De acordo com um levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a commodity teve alta de até 73% no valor negociado. 

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Mas o momento atual é favorável à retomada do processo importador, pois estão em equilíbrio as variáveis que compõem o preço do aço. 

"Conversamos com nossos cooperados sobre a questão do detalhamento da importação do aço e das telas, assim como sobre os preços para as compras nacionais de geradores, porcelanatos, cerâmica, esquadria de alumínio, portas, entre outros produtos", revela o presidente da Coopercon-Ceará, Sergio Macedo. 

O volume a ser importado e seus custos ainda serão revelados.

A reunião da diretoria da Coopercon, realizada na sede da J. Simões Engenharia, também tratou de assuntos envolvendo questões institucionais da cooperativa.

EÓLICA OFFSHORE: O CARíSSIMO PREÇO DA ENERGIA

Sobre o preço estimado de 1 GW gerado por um parque eólico offshore (dentro do mar), que na opinião de algumas fontes do setor poderá alcançar até US$ 15 bilhões e na do engenheiro cearense Fernando Ximenes ficará por volta de US$ 1,5 bilhão, esta coluna pediu ao último uma explicação convincente. 

Ele citou como exemplo o projeto da Termelétrica Portocém, movida a gás, que será implantado no Complexo do Pecém por um grupo norte-americano e cuja potência instalada será de 1,5 GW e cujo investimento anunciado será de US$ 5 bilhões.

Fernando Ximenes calculou que o 1,5 GW a ser gerado pela Portocém custará US$ 3,33 bilhões.
 
Ximenes considera absurdo o preço de produção offshore de 1 GW “calculado pelos meus colegas”, que chegaria a US$ 15 bilhões. 

“Ao câmbio de R$ 5,15 por US$ 1, esse cálculo manda o custo de 1 GW dentro do mar para além da estratosfera, pois alcança a inacreditável soma de R$ 77,25 bilhões”, explica Fernando Ximenes, que é dono da Gram Eollic, empresa cearense especializada em energia, incluindo as renováveis.

“Nos cálculos dos meus colegas, o custo dos projetos das eólicas offshore no Ceará e no Brasil sairá 23,17 vezes mais caro do que o das termelétricas, ou, 2.075% a mais se comparado com os custos dos projetos de usinas termelétricas.
 
“Com os custos estimados pelos colegas de projetos offshore, a energia eólica gerada não ficará no mar, ficará na estratosfera e nem um foguete a alcançará, que dirá o custo tarifário de energia do mercado brasileiro. 

“Na conta matemática e de mercado, com todo o respeito aos colegas, esses custos de projetos apresentados de eólica offshore no Ceará e no Brasil são utopia, não fecham o payback” (retorno do investimento). 

“Nenhum investidor vai pagar isso, e com esse custo de eólica offshore apresentado no mar brasileiro iremos só ver navios, literalmente”, finaliza Fernando Ximenes.

Resumindo: neste momento, quem, no mundo, domina a tecnologia e os custos de produção de energia eólica offshore são os dinamarqueses, e foi para a Dinamarca que se dirigiu, na semana passada, uma missão empresarial e governamental cearense, que voltou de lá impressionado com o que viu, mas também com o custo de geração de 1 GW dentro do mar.

Por enquanto, ainda é caro esse custo. Todavia, à medida que a tecnologia avançar e que a instalação e a operação dos parques eólicos offshore se tornarem menos sofisticados, esses custos cairão. Aconteceu também com a energia solar, que começou muito cara e hoje tem custo semelhante ao da geração hidráulica.