Cearenses mergulham na Economia do Mar e descobrem segredos da pesca
No penúltimo dia da Missão Empresarial da Fiec em Portugal, os empresários aprenderam como empreender no oceano, respeitando a Economia Azul
Cascais (Portugal) - Termina hoje, sexta-feira, no início da noite, mais uma jornada do Programa de Educação Executiva Internacional da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), que, aqui, mergulhou, em tempo integral, durante quatro dias desta semana, no estudo da Economia Azul, ou Economia do Mar.
E tudo aconteceu numa das amplas e confortáveis salas de aula da Nova School of Business & Economics (Nova SBE), uma universidade pública incluída entre as três melhores da Europa na área de negócios e que é mantida com 90% de recursos privados, doados por empresas e por ex-alunos que hoje são empresários bem-sucedidos.
Esta coluna acompanhou todas as aulas -- ministradas pelos doutores da Nova SBE e, também, as visitas técnicas feitas a empresas e entidades portuguesas e estrangeiras cujas atividades estão ligadas à Economia Azul. (E testemunhou ontem um desafio: como empreender no setor pesqueiro, respeitando as regras da Economia Azul e descobrindo os segredos do mercado, sobre falará mais adiante).
Dez anos atrás, Portugal dava e recebia muito pouca importância à exploração sustentável dos recursos marinhos; hoje, é o país líder do continente europeu nas ações de correto aproveitamento do que os oceanos oferecem como fonte de tudo – da energia eólica ao turismo, da pesca ao petróleo.
“Estou feliz com o excelente resultado da etapa portuguesa do nosso Programa de Educação Executiva, que também vê na Economia Azul mais uma fronteira a ser sustentavelmente explorada pelo Ceará e os cearenses. E a escolha da Nova SBE, uma referência mundial na formação e qualificação de executivos corporativos, foi outra acertada decisão estratégica que deve ser creditada à competência da presidente do IEL Ceará, Dana Nunes, que, com João Amaral, CEO da Sustainable Ventures, e Filipe Roup Rosa, fundador e CEO da No Gap Ventures, organizou a missão”, disse à coluna o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante.
O que pretende a Fiec com essas missões empresariais, que já estiveram em Boston, Londres, Hong Kong e, agora, Cascais, onde está o novíssimo campus da Nova SBE? Ricardo Cavalcante responde:
“Ampliar e qualificar o conhecimento dos nossos industriais e de seus executivos para que, apropriando-se das novas tecnologias, passem a produzir mais com menos, alargando a produtividade de suas empresas, atualizando suas relações com o mercado exterior, estimulando a interação com fornecedores de produtos e serviços, conhecendo importadores, enfim, vendo ‘in loco’ o dinamismo do mundo dos negócios, que está sempre a mudar, exigindo do empresário permanente atenção e acurada informação.”
Por sua vez, João Amaral – um ex-aluno da Nova SBE, conhecendo em profundidade as relações empresariais entre Brasil e Portugal desde 2017, quando criou sua Sustainable Ventures para ajudar empresas brasileiras na internacionalização de suas operações e no acesso ao mercado da Uniao Europeia, além de atrair investimentos europeus para o Brasil, em especial para o Estado do Ceará -- entende que “a inédita e pioneira iniciativa de letramento e educação executiva em economia azul, promovida pela Fiec, representa o primeiro marco de um longo, estratégico e estruturado planejamento para o desenvolvimento e expansão das verticais de economia azul no Estado do Ceará”.
Amaral acrescenta que ações permanentes de educação, atracão de investimentos e geração de negócios, que acontecem em imersões como a vivenciada nesta semana aqui em Cascais têm de ser a tônica da agenda da Fiec e do IEL, “e não temos dúvida de que, pela visão do presidente Ricardo Cavalcante, imersões semelhantes, a cada semestre nos próximos anos, permitirão posicionar o Ceará em uma fronteira de conhecimento e geração de negócios, novas tecnologias e atracão de investimentos, permitindo o crescimento ainda mais relevante do setor industrial ‘azul’ da geografia cearense”.
Para Joao Amaral, o Ceará e o seu mar “reúnem todas as condições locacionais e econômicas que, somadas à visão estratégica e sistêmica de seus líderes industriais, permitem antever o protagonista dessa agenda azul no Brasil’.
Amaral concluiu:
“Encerramos uma intensa semana de conexões, alfabetização azul e geração de negócios, pelo que estou convicto de que, em 2026, a FIiec intensificará suas relações com a Nova SBE, juntamente com a Sustainable Ventures, de modo a trazer novos grupos de empresários dos mais variados setores da área industrial para compreender as enormes potencialidades e oportunidades da Economia Azul no Ceara”.
COMO EMPREENDER NA ECONOMIA AZUL
Ontem, durante toda a manhã, os 29 integrantes da Missão da FIec tiveram foram divididos em seis grupos, cada um dos quais submetido a uma prova inédita e interessante: viabilizar um empreendimento na área da pesca sob as exigências da Economia Azul, isto é, buscando o melhor retorno do investimento, respeitando e preservando o meio ambiente.
A equipe vencedora foi a a integrada pelos empresários José Antunes Mota, presidente do Sindicato da Indústria de Alimentos; Carlos Eduardo Cadu, que atua no mercado pesqueiro, promovendo exportação e importação; João Dummar Neto, empresário da área de comunicação; Marcos Soares, do setor da indústria química; Luciano Faria Bezerra, presidente do Sindicato da Indústria Gráfica; e Débora Capistrano.
Orientados pelo professor Milton Souza, diretor acadêmico e professor associado da Nva SDE e diretor acadêmico da System Chance Lab, os seis grupos tiveram duas horas, repartidas em tempos cronometrados segundo o grau de dificuldade de cada tarefa, para investir na compra e venda de barcos pesqueiros, no esforço da pesca, na comercialização do que foi pescado e na preservação da superfície, do meio e do fundo do oceano.
Todos os grupos, sem exceção, cumpriram as tarefas no tempo estabelecido, obtiveram boa rentabilidade, mas esbarraram em um detalhe crucial: as condições do mercado, informação que foi omitida, de propósito, pelo professor Milton de Souza.
O projeto da equipe vencedora teve o mérito de, além do melhor resultado financeiro, permitir a continuidade do empreendimento, descobrindo os segredos do mercado e sempre subordinado à Economia Azul.
“O mercado tem segredos que só são desvendados pelo convívio permanente com ele”, explicou, com outras palavras, o professor Milton Souza, e isto vale para todos os ramos da atividade econômica, máxime para a Economia Azul.
ATENÇÃO! É PROIBIDO SERVIR LAGOSTA NOS RESTAURANTES
Desde o dia primeiro deste mês de novembro e até 31 de maio do próximo ano, está proibida a pesca e a comercialização da lagosta em todo o país. Este é o chamado período de defeso desse valioso e saboroso crustáceo, um dos líderes da pauta de exportação do Ceará. Para a desova dos estoques, a comercialização, porém, é permitida durante os primeiros três meses do defeso.
Empresários do setor pesqueiro que integram a Missa Empresarial da Fiec em Portugal pediram à coluna para alertar os organismos da fiscalização estadual e federal do Ceará para a necessidade de inspecionar os restaurantes de Fortaleza e das famosas praias do litoral cearense, que, mesmo nesta época de proibição, costumam servir lagosta.
Um dos empresários disse que é preciso não só fiscalizar, mas educar a sociedade para a necessidade de preservar a espécie lagosteira, que, ao longo dos próximos seis meses, se reproduz no mar.
SHOPPING EUSÉBIO ANUNCIA EXPANSÃO E TORRE EMPRESARIAL
Novidade! O Shopping Eusébio está anunciando mais uma expansão e, ao mesmo tempo, a construção de uma torre empresarial, nas quais serão investidos R$ 90 milhões.
A nova expansão, que agregará mais 30 novas operações, ou seja, novas lojas, estará pronta e será inaugurada em agosto do próximo ano. A expansão inclui ainda novas âncoras, área gourmet e praça de eventos, segundo informa Régis Ximenes, diretor comercial do shopping.
Ele também adiantou que as vendas das salas da nova torre, denominada Torre Eusébio, iniciadas em 31 do último mês de outubro, já ultrapassaram a marca de 40%.
“É um empreendimento ousado, que combina modernidade, tecnologia e sustentabilidade. Estamos a crescer com a cidade de Eusébio”, como diz Régis Ximenes.
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